domingo, 24 de dezembro de 2023

Noite Inigualável

Sutil mudança ocorria nas paisagens terrestres, sempre adornadas pelos conflitos e desgraças de todo porte, que destroçavam as criaturas e as nações em intérminas guerras de extermínio.

O Império Romano estendera-se, impondo-se às nações que lhe padeciam a arbitrária dominação, pelas suas implacáveis legiões. O carro das matanças indiscriminadas avançava sempre aumentando a estatística vergonhosa das vítimas que ficavam para trás. Na Europa, as legiões tentavam aniquilar os denominados bárbaros, insubmissos e acostumados à liberdade nas suas florestas e comunidades independentes.

Era, aquele, um período sanguinário e de terror, em que a civilização estertorava na hediondez dos poderes transitórios alucinados.

Otaviano, o imperador, no entanto, conseguira pacificar muitos povos rebeldes que se levantavam com frequência na ânsia de ser livres.

Lentamente se estabelecera a Pax romana, e as lutas entre as diversas sofridas nações foram atenuadas e quase desaparecidas no imenso império durante mais de um século.

A sombra de Augusto fazia-se respeitada em toda parte.

A pequena Israel, sempre insurrecta, sofria a pressão do idumeu Herodes, denominado, ridiculamente, o Grande. Portador de distúrbios de conduta, especialmente atormentado pelo medo de perder o poder, mandava matar indiscriminadamente inimigos declarados, familiares suspeitos e amigos inseguros…

O sanguinário conseguira, na sua faina macabra, assassinar a própria esposa sob acusação indébita, receando-lhe a grandeza moral. As intrigas eram fulminantes, enredando personalidades nobres e igualando-as aos infelizes litigantes. A sobrevivência de cada um dependia da direção dos ventos palacianos.

A miséria socioeconômica atingira nível insuportável.

Os campos encontravam-se despovoados enquanto as cidades maiores, qual acontecia com Jerusalém, encontravam-se abarrotadas com desocupados, vagabundos, pessoas viciadas, aventureiros.

Israel esperava o Messias fazia muitos séculos, que o viesse libertar do jugo estrangeiro, pois que quase sempre estava sob dominação de outro país.

Nesse período se encontrava sob a suserania da Síria, desde quando Pompeu, o triúnviro, entrara na capital vitoriosamente, deixando a nação sob o protetorado alienígena.

O descontentamento e os ódios entre as diversas classes, a começar na mais alta corte de justiça e de religião, o Sinédrio, gerava tremenda instabilidade interna sob a vigilância do temível governante.

Esperava-se, em consequência, que o Messias fosse um guerreiro sanguinário vingador que erguesse Israel à culminância da glória terrestre, dominando os demais povos.

Esse era o clima espiritual da Terra da Promissão.

Foi então que, numa noite inigualável de beleza, nasceu Jesus, tendo como berço as palhas úmidas de uma gruta-estrebaria de calcário na região de Belém.

*

Humilde como a erva do campo e nobre como um arquipélago de astros, a Sua jornada seria assinalada pela proteção dos anjos, vivendo em Nazaré na condição de modesto carpinteiro.

Apagou-se num anonimato incomum, e, no momento próprio, desvelou-se num arrebatamento espiritual que mudou o destino da Humanidade.

Nunca mais a Terra seria a mesma, porque a partir da Sua chegada surgiram os pródromos da plenitude futura para todas as gerações.

Dividiu os tempos e em poucos anos estabeleceu um Reino que se vem alongando na sucessão dos evos até os dias atuais do Consolador, quando novamente os luminares da Espiritualidade vêm transformar os conceitos do egoísmo, inaugurando a era da legítima fraternidade.

Por mais que haja amado, de forma que ofereceu a vida em holocausto para servir de exemplo, não foi correspondido na mesma intensidade, antes foi odiado e perseguido sem clemência, jamais desanimando ou descoroçoando, para que não faltassem diretrizes de segurança para a felicidade humana.

Instalando o amor nos painéis do pensamento terrestre, a Sua mensagem é hoje psicoterapia valiosa para libertar da desdita milhões de vítimas da ignorância e dos desastres morais.

Certamente sensibilizou milhões de existências na sucessão da História, não o suficiente, porém, para que se conseguisse o primado da imortalidade e do Bem. Entretanto, os alicerces por Ele colocados permanecem aguardando a construção da Verdade que em breve reinará entre as criaturas.

É necessário insculpir na mente e no coração os exemplos de Jesus que palpitam na psicosfera do planeta, aguardando oportunidade de dominar as vidas de modo a torná-las plenas, o que equivale dizer: instalar o Reino dos Céus no mundo terrestre.

Estes são dias difíceis que fazem parte do processo evolutivo do planeta e dos seus habitantes.

Necessário ouvi-lO no imo e vivê-lO no comportamento e na ação.

***

Celebra o teu Natal pensando nEle, sem pompa nem arrogância.

Natal é evocação do sublime amor de Deus, enviando Jesus ao mundo para dignificá-lO.

Comemora-Lhe o aniversário fazendo como Ele, ao lado dos que sofrem e anelam pela paz.

Reúne a tua família e ora exaltando-O, e transforma-te em embaixador da Sua bondade, espalhando bênçãos entre todos.

Joanna de Ângelis

Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica da noite de 14 de setembro de 2015, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.

sábado, 23 de dezembro de 2023

Recado aos país

Ó espíritas! Compreendei agora o grande papel da humanidade; compreendei que, quando produzis um corpo, a alma que nele encarna vem do espaço para progredir; inteirai-vos dos vossos deveres e ponde todo o vosso amor em aproximar de Deus essa alma; tal a missão que vos está confiada e cuja recompensa recebereis, se fielmente a cumprirdes. 

Os vossos cuidados e a educação que lhe dareis auxiliarão o seu aperfeiçoamento e o seu bem-estar futuro. 

Lembrai-vos de que a cada pai e a cada mãe perguntará Deus: Que fizestes do filho confiado à vossa guarda? Se por culpa vossa ele se conservou atrasado, tereis como castigo vê-lo entre os Espíritos sofredores, quando de vós dependia que fosse ditoso. 

Então, vós mesmos, assediados de remorsos, pedireis vos seja concedido reparar a vossa falta; solicitareis, para vós e para ele, outra encarnação em que o cerqueis de melhores cuidados e em que ele, cheio de reconhecimento, vos retribuirá com o seu amor.

Texto retirado do Cap XIV do Evangelho Segundo o Espiritismo

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Os Médiuns


Livro dos Médiuns de Alan Kardec - Médiuns de efeitos físicos. - Pessoas elétricas. - Médiuns sensitivos ou impressionáveis. - Médiuns audientes. - Médiuns falantes. - Médiuns videntes. - Médiuns sonambúlicos. - Médiuns curadores. - Médiuns pneumatógrafos.

Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. E de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos.

ESPÉCIES DE MÉDIUNS
 
Os médiuns podem ser conscientes (facultativos, voluntários) ou inconscientes(involuntários). 

Podem dividir-se os médiuns em duas grandes categorias:

Médiuns de efeitos físicos: os que têm o poder de provocar efeitos materiais, ou manifestações ostensivas.
 
Médiuns de efeitos intelectuais: os que são mais aptos a receber e a transmitir comunicações inteligentes.

Espécies comuns a todos os gêneros de mediunidade:

Médiuns sensitivos: pessoas suscetíveis de sentir a presença dos Espíritos, por uma impressão geral ou local, vaga ou material. A maioria dessas pessoas distingue os Espíritos bons dos maus, pela natureza da impressão. "Os médiuns delicados e muito sensitivos devem abster-se das comunicações com os Espíritos violentos, ou cuja impressão é penosa, por causa da fadiga que daí
resulta."
 
Médiuns naturais ou inconscientes (Involuntários): os que produzem espontaneamente os fenômenos, sem intervenção da própria vontade e, as mais das vezes, à sua revelia. São os que exercem sua influência sem querer de forma involuntária, freqüentemente em adolescentes e crianças pequenas.

Médiuns Facultativos ou Conscientes (voluntários): Tem consciência do seu poder e produzem efeitos espíritos pela própria ação da vontade.  Os que têm o poder de provocar os fenômenos por ato consciente. Porém "Qualquer que seja essa vontade, eles nada podem, se os Espíritos se recusam, o que prova a intervenção de uma força estranha." - Não se manifesta a todos com o mesmo grau, mas são raros os médiuns com esse poder.
 
Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra

bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva.

Médiuns sensitivos, ou impressionáveis:

Chamam-se assim às pessoas suscetíveis de sentir a presença dos Espíritos por uma impressão vaga, por uma espécie de leve roçadura sobre todos os seus membros, sensação que elas não podem explicar. Esta variedade não apresenta caráter bem definido. Todos os médiuns são necessariamente impressionáveis, sendo assim a impressionabilidade mais uma qualidade geral do que especial. É a faculdade rudimentar indispensável ao desenvolvimento de todas as outras. Difere da impressionabilidade puramente física e nervosa, com a qual preciso é não seja confundida, porquanto, pessoas há que não têm nervos delicados e que sentem mais ou menos o efeito da presença dos Espíritos, do mesmo modo que outras, muito irritáveis, absolutamente não os pressentem.

Médiuns falantes:

Os médiuns audientes, que apenas transmitem o que ouvem, não são, a bem dizer, médiuns falantes. Estes últimos, as mais das vezes, nada ouvem. Neles, o Espírito atua sobre os órgãos da palavra, como atua sobre a mão dos médiuns escreventes.

Querendo comunicar-se, o Espírito se serve do órgão que se lhe depara mais flexível no médium. A um, toma da mão; a outro, da palavra; a um terceiro, do ouvido. O médium falante geralmente se exprime sem ter consciência do que diz e muitas vezes diz coisas completamente estranhas às suas idéias habituais, aos seus conhecimentos e, até, fora do alcance de sua inteligência. Embora se ache perfeitamente acordado e em estado normal, raramente guarda lembrança do que diz. Em suma, nele, a palavra é um instrumento de que se serve o Espírito, com o qual uma terceira pessoa pode comunicar-se, como pode com o auxilio de um médium audiente.

Nem sempre, porém, é tão completa a passividade do médium falante. Alguns há que têm a intuição do que dizem, no momento mesmo em que pronunciam as palavras.

Voltaremos a ocupar-nos com esta espécie de médiuns, quando tratarmos dos médiuns intuitivos.

Médiuns videntes:

167. Os médiuns videntes são dotados da faculdade de ver os Espíritos. Alguns gozam dessa faculdade em estado normal, quando perfeitamente acordados, e conservam lembrança precisa do que viram. Outros só a possuem em estado sonambúlico, ou próximo do sonambulismo. Raro é que esta faculdade se mostre permanente; quase sempre é efeito de uma crise passageira. Na categoria dos médiuns videntes se podem incluir todas as pessoas dotadas de dupla vista. A possibilidade de ver em sonho os Espíritos resulta, sem contestação, de uma espécie de mediunidade, mas não constitui, propriamente falando, o que se chama médium vidente. Explicamos esse fenômeno em o capítulo VI - Das manifestações visuais.

O médium vidente julga ver com os olhos, como os que são dotados de dupla vista; mas, na realidade, é a alma quem vê e por isso é que eles tanto vêem com os olhos fechados, como com os olhos abertos; donde se conclui que um cego pode ver os Espíritos, do mesmo modo que qualquer outro que tem perfeita a vista. Sobre este último ponto caberia fazer-se interessante estudo, o de saber se a faculdade de que tratamos é mais freqüente nos cegos. Espíritos que na Terra foram cegos nos disseram que, quando vivos, tinham, pela alma, a percepção de certos objetos e que não se encontravam imersos em negra escuridão.

168. Cumpre distinguir as aparições acidentais e espontâneas da faculdade propriamente dita de ver os Espíritos. As primeiras são freqüentes, sobretudo no momento da morte das pessoas que aquele que vê amou ou conheceu e que o vêm prevenir de que já não são deste mundo. Há inúmeros exemplos de fatos deste gênero, sem falar das visões durante o sono. Doutras vezes, são, do mesmo modo, parentes, ou amigos que, conquanto mortos há mais ou menos tempo, aparecem, ou para avisar de um perigo, ou para dar um conselho, ou, ainda, para pedir um serviço.

Médiuns sonambúlicos:

172. Pode considerar-se o sonambulismo uma variedade da faculdade mediúnica, ou, melhor, são duas ordens de fenômenos que freqüentemente se acham reunidos. O sonâmbulo age sob a influência do seu próprio Espírito; é sua alma que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e percebe, fora dos limites dos sentidos. O que ele externa tira-o de si mesmo; suas idéias são, em geral, mais justas do que no estado normal, seus conhecimentos mais dilatados, porque tem livre a alma. Numa palavra, ele vive antecipadamente a vida dos Espíritos. O médium, ao contrário, é instrumento de uma inteligência estranha; é passivo e o que diz não vem de si Em resumo, o sonâmbulo exprime o seu próprio pensamento, enquanto que o médium exprime o de outrem. Mas, o Espírito que se comunica com um médium comum também o pode fazer com um sonâmbulo; dá-se mesmo que, muitas vezes, o estado de emancipação da alma facilita essa comunicação. Muitos sonâmbulos vêem perfeitamente os Espíritos e os descrevem com tanta precisão, como os médiuns videntes. Podem confabular com eles e transmitirmos seus pensamentos. O que dizem, fora do âmbito de seus conhecimentos pessoais, lhes é com freqüência sugerido por outros Espíritos. Aqui está um exemplo notável, em que a dupla ação do Espírito do sonâmbulo e de outro Espírito se revela e de modo inequívoco.

A lucidez sonambúlica é uma faculdade que se radica no organismo e que independe, em absoluto, da elevação, do adiantamento e mesmo do estado moral do indivíduo. Pode, pois, um sonâmbulo ser muito lúcido e ao mesmo tempo incapaz de resolver certas questões, desde que seu Espírito seja pouco adiantado. O que fala por si próprio pode, portanto, dizer coisas boas ou más, exatas ou falsas, demonstrar mais ou menos delicadeza e escrúpulo nos processos de que use, conforme o grau de elevação, ou de inferioridade do seu próprio Espírito. A assistência então de outro Espírito pode suprir-lhe as deficiências. Mas, um sonâmbulo, tanto como os médiuns, pode ser assistido por um Espírito mentiroso, leviano, ou mesmo mau. AI, sobretudo, é que as qualidades morais exercem grande influência, para atraírem os bons Espíritos. (Veja-se: O Livro dos Espíritos, "Sonambulismo", n. 425, e, aqui, adiante, o capítulo sobre a "Influência moral do médium".)

Médiuns curadores:

175. Unicamente para não deixar de mencioná-la, falaremos aqui desta espécie de médiuns, porquanto o assunto exigiria desenvolvimento excessivo para os limites em que precisamos ater-nos. Sabemos, ao demais, que um de nossos amigos, médico, se propõe a tratá-lo em obra especial sobre a medicina intuitiva. Diremos apenas que este gênero de mediunidade consiste, principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação. Dir-se-á, sem dúvida, que isso mais não é do que magnetismo.

Evidentemente, o fluido magnético desempenha aí importante papel; porém, quem examina cuidadosamente o fenômeno sem dificuldade reconhece que há mais alguma coisa. A magnetização ordinária é um verdadeiro tratamento seguido, regular e metódico; no caso que apreciamos, as coisas se passam de modo inteiramente diverso.

Todos os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, desde que saibam conduzir-se convenientemente, ao passo que nos médiuns curadores a faculdade é espontânea e alguns até a possuem sem jamais terem ouvido falar de magnetismo. A intervenção de uma potência oculta, que é o que constitui a mediunidade, se faz manifesta, em certas circunstâncias, sobretudo se considerarmos que a maioria das pessoas que podem, com razão, ser qualificadas de médiuns curadores recorre à prece, que é uma verdadeira evocação. (Veja-se atrás o n. 131.)

 Médiuns pneumatógrafos:

177. Dá-se este nome aos médiuns que têm aptidão para obter a escrita direta, o que não é possível a todos os médiuns escreventes. Esta faculdade, até agora, se mostra muito rara. Desenvolve-se, provavelmente, pelo exercício; mas, como dissemos, sua utilidade prática se limita a uma comprovação patente da intervenção de uma força oculta nas manifestações. Só a experiência é capaz de dar a ver a qualquer pessoa se a possui Pode-se, portanto, experimentar, como também se pode inquirir a respeito um Espírito protetor, pelos outros meios de comunicação. Conforme seja maior ou menor o poder do médium, obtêm-se simples traços, sinais, letras, palavras, frases e mesmo páginas inteiras. Basta de ordinário colocar uma folha de papel dobrada num lugar qualquer, ou indicado pelo Espírito, durante dez minutos, ou um quarto de hora, às vezes mais. A prece e o recolhimento são condições essenciais; é por isso que se pode considerar impossível a obtenção de coisa alguma, numa reunião de pessoas pouco sérias, ou não animadas de sentimentos de simpatia e benevolência.

Pessoas elétricas: Nesta categoria parece, à primeira vista, se deviam incluir as pessoas dotadas de certa dose de eletricidade natural, verdadeiros torpedos (*) humanos, a produzirem, por simples contacto, todos os efeitos de atração e repulsão. Errado, porém, fora considerá-las médiuns, porquanto a mediunidade supõe a intervenção direta de um Espírito. Ora, no caso de que falamos, concludentes experiências hão provado que a eletricidade é o agente único desses fenômenos. Esta estranha faculdade, que quase se poderia considerar uma enfermidade, pode às vezes estar aliada à mediunidade, como é fácil de verificar-se na história do Espírito batedor de Bergzabern. Porém, as mais das vezes, de todo independe de qualquer faculdade mediúnica. Conforme já dissemos, a única prova da intervenção dos Espíritos é o caráter inteligente das manifestações. Desde que este caráter não exista, fundamento há para serem atribuídas a causas puramente físicas. A questão é saber se as pessoas elétricas estarão ou não mais aptas, do que quaisquer outras, a tornar-se médiuns de efeitos físicos. Cremos que sim, mas só a experiência poderia demonstrá-lo.
 
TIPOS DE MEDIUNIDADE

MÉDIUNS DE EFEITOS FÍSICOS:
 
Produzem fenômenos materiais como movimentos em corpos inertes ruídos, etc.

Médiuns Tiptólogos: Aqueles pela influência dos quais se produzem os ruídos, as pancadas. Variedade muito comum, com ou sem intervenção da vontade.

Médiuns Motores: Os que produzem movimentos dos corpos inertes. Variedade muito comum, com ou sem intervenção da vontade.

Médiuns de translações e de suspensões: os que produzem a translação aérea e a suspensão dos corpos inertes no espaço, sem ponto de apoio. Entre eles há os que podem elevar-se a si mesmos. Mais ou menos raros, conforme a amplitude do fenômeno; muito raros, no último caso.

Médiuns de Efeitos Musicais: Os que produzem execução de instrumentos musicais sem o contato físico. Provocam a execução de composições, em certos instrumentos de música. Muito raros.

Médiuns de Transporte: Movimentam um objeto de grande porte de um lado para outro. Telecinéticos. Inclusive a longas distâncias são os que podem servir de auxiliares aos Espíritos para o transporte de objetos materiais. Variedade dos médiuns motores e de translações. Excepcionais.

Médiuns de Aparições: Conseguem com aparições fluídicas, tangíveis usando matéria astral chamada de ectoplasma. Os que podem provocar aparições fluídicas ou tangíveis, visíveis para os assistentes. Muito excepcionais.

Médiuns Noturnos: Os que só na obscuridade obtêm certos efeitos físicos, outros só obtém certos efeitos físicos na obscuridade total.

Médiuns Pneumatógrafos: os que obtêm a escrita direta. Fenômeno muito raro e, sobretudo, muito fácil de ser imitado pelos trapaceiros.

NOTA: Os Espíritos insistiram, contra a nossa opinião, em incluir a escrita direta entre os fenômenos de ordem física, pela razão, disseram eles, de que: "Os efeitos inteligentes são aqueles para cuja produção o Espírito se serve dos materiais existentes no cérebro do médium, o que não se dá na escrita direta. A ação do médium é aqui toda material, ao passo que no médium escrevente, ainda que completamente mecânico, o cérebro desempenha sempre um papel ativo."

Médiuns curadores: os que têm o poder de curar ou de aliviar o doente, só pela imposição das mãos, ou pela prece. "Esta faculdade não é essencialmente mediúnica; possuem-na todos os verdadeiros crentes, sejam médiuns ou não. As mais das vezes, é apenas uma exaltação do poder magnético, fortalecido, se necessário, pelo concurso de bons Espíritos."

Médiuns excitadores: pessoas que têm o poder de, por sua influência, desenvolver nas outras a faculdade de escrever.
"Aí há antes um efeito magnético do que um caso de mediunidade propriamente dita, porquanto nada prova a intervenção de um Espírito. Como quer que seja, pertence à categoria dos efeitos físicos."
 

MÉDIUNS DE EFEITOS INTELECTUAIS

Médiuns audientes: os que ouvem os Espíritos. Muito comuns. "Muitos há que imaginam ouvir o que apenas lhes está na imaginação."

Médiuns falantes: os que falam sob a influência dos Espíritos. Muito comuns.

Médiuns videntes: os que, em estado de vigília, vêem os Espíritos. A visão acidental e fortuita de um Espírito, numa circunstância especial, é muito freqüente; mas, a visão habitual, ou facultativa dos Espíritos, sem distinção, é excepcional.
"É uma aptidão a que se opõe o estado atual dos órgãos visuais. Por isso é que cumpre nem sempre acreditar na palavra dos que dizem ver os Espíritos."
 
Médiuns inspirados: aqueles a quem, quase sempre mau grado seu, os Espíritos sugerem idéias, quer relativas aos atos ordinários da vida, quer com relação aos grandes trabalhos da inteligência.
 
Médiuns de pressentimentos: pessoas que, em dadas circunstâncias, têm uma intuição vaga de coisas vulgares que ocorrerão no futuro.

Médiuns proféticos: variedade dos médiuns inspirados, ou de pressentimentos. Recebem, permitindo-o Deus, com mais precisão do que os médiuns de pressentimentos, a revelação de futuras coisas de interesse geral e são incumbidos de dá-las a conhecer aos homens, para instrução destes. "Se há profetas verdadeiros, mais ainda os há falsos, que consideram revelações os devaneios da própria imaginação, quando não são embusteiros que, por ambição, se apresentam como tais." (Veja-se, em O Livro dos Espíritos, o n. 624 - "Características
do verdadeiro profeta".)

Médiuns sonâmbulos: os que, em estado de sonambulismo, são assistidos por Espíritos.

Médiuns extáticos: os que, em estado de êxtase, recebem revelações da parte dos Espíritos. "Muitos extáticos são joguetes da própria imaginação e de Espíritos zombeteiros que se aproveitam da exaltação deles. São raríssimos os que mereçam inteira confiança."
 
Médiuns pintores ou desenhistas: os que pintam ou desenham sob a influência dos Espíritos. Falamos dos que obtêm trabalhos sérios, visto não se poder dar esse nome a certos médiuns que Espíritos zombeteiros levam a fazer coisas grotescas, que desabonariam o mais atrasado estudante.
Os Espíritos levianos se comprazem em imitar. Na época em que apareceram os notáveis desenhos de Júpiter, surgiu grande número de pretensos médiuns desenhistas, que Espíritos levianos induziram a fazer as coisas mais ridículas. Um deles, entre outros,
querendo eclipsar os desenhos de Júpiter, ao menos nas dimensões, quando não fosse na qualidade, fez que um médium desenhasse um monumento que ocupava muitas folhas de papel para chegar à altura de dois andares. Muitos outros se divertiram fazendo que os médiuns pintassem supostos retratos, que eram verdadeiras caricaturas.

Médiuns músicos: os que executam, compõem, ou escrevem músicas, sob a influência dos Espíritos. Há médiuns músicos, mecânicos, semimecânicos, intuitivos e inspirados, como os há para as comunicações literárias. (Veja-se - Médiuns para efeitos musicais.)

VARIEDADES DOS MÉDIUNS ESCREVENTES

Segundo o modo de execução:

Médiuns escreventes ou psicógrafos: os que têm a faculdade de escrever por si mesmos sob a influência dos Espíritos.

Médiuns escreventes mecânicos: aqueles cuja mão recebe um impulso involuntário e que nenhuma consciência têm do que escrevem. Muito raros.

Médiuns semimecânicos: aqueles cuja mão se move involuntariamente, mas que têm, instantaneamente, consciência das palavras ou das frases, à medida que escrevem. São os mais comuns.

Médiuns intuitivos: aqueles com quem os Espíritos se comunicam pelo pensamento e cuja mão é conduzida voluntariamente. Diferem dos médiuns inspirados em que estes últimos não precisam escrever, ao passo que o médium intuitivo escreve o pensamento que lhe é sugerido instantaneamente sobre um assunto determinado e provocado. "São muito comuns, mas também muito sujeitos a erro, por não poderem, multas vezes, discernir o que provem dos Espíritos do que deles próprios emana."

Médiuns polígrafos: aqueles cuja escrita muda com o Espírito que se comunica, ou aptos a reproduzir a escrita que o Espírito tinha em vida. O primeiro caso é muito vulgar; o segundo, o da identidade da escrita, é mais raro.

Médiuns poliglotas: os que têm a faculdade de falar, ou escrever, em línguas que lhes são desconhecidas. Muito raros.

Médiuns iletrados: os que escrevem, como médiuns, sem saberem ler, nem escrever, no estado ordinário. "Mais raros do que os precedentes; há maior dificuldade material a vencer."

Segundo o desenvolvimento da faculdade:

Médiuns novatos: aqueles cujas faculdades ainda não estão completamente desenvolvidas e que carecem da necessária experiência.

Médiuns improdutivos: os que não chegam a obter mais do que coisas insignificantes, monossílabos, traços ou letras sem conexão. (Veja-se o capítulo "Da formação dos médiuns”.)

Médiuns feitos ou formados: aqueles cujas faculdades mediúnicas estão completamente desenvolvidas, que transmitem as comunicações com facilidade e presteza, sem hesitação. Concebe-se que este resultado só pelo hábito pode ser conseguido, porquanto nos médiuns novatos as comunicações são lentas e difíceis.

Médiuns lacônicos: aqueles cujas comunicações, embora recebidas com facilidade, são breves e sem desenvolvimento.

Médiuns explícitos: as comunicações que recebem têm toda a amplitude e toda a extensão que se podem esperar de um escritor consumado. "Esta aptidão resulta da expansão e da facilidade de combinação dos fluidos. Os Espíritos os procuram para tratar de assuntos que comportam grandes desenvolvimentos."

Médiuns experimentados: a facilidade de execução é uma questão de hábito e que muitas vezes se adquire em pouco tempo, enquanto que a experiência resulta de um estudo sério de todas as dificuldades que se apresentam na prática do Espiritismo. A experiência dá ao médium o tato necessário para apreciar a natureza dos Espíritos que se manifestam, para lhes apreciar as qualidades boas ou más, pelos mais minuciosos sinais, para distinguir o embuste dos Espíritos zombeteiros, que se acobertam com as aparências da verdade. Facilmente se compreende a importância desta qualidade, sem a qual todas as Outras ficam destituídas de real utilidade. O mal é que muitos médiuns confundem a experiência, fruto do estudo, com a aptidão, produto da organização física. Julgam-se mestres, porque escrevem com facilidade; repelem todos os conselhos e se tomam presas de Espíritos mentirosos e hipócritas, que os captam, lisonjeando-lhes o orgulho. (Veja-se, adiante, o capítulo "Da obsessão".)

Médiuns maleáveis: aqueles cuja faculdade se presta mais facilmente aos diversos gêneros de comunicações e pelos quais todos os Espíritos, ou quase todos, podem manifestar-se, espontaneamente, ou por evocação. "Esta espécie de médiuns se aproxima muito da dos médiuns sensitivos."

Médiuns exclusivos: aqueles pelos quais se manifesta de preferência um Espírito, até com exclusão de todos os demais, o qual responde pelos outros que são chamados.

"Isto resulta sempre de falta de maleabilidade. Quando o Espírito é bom, pode ligar-se ao médium, por simpatia, ou com um intento louvável; quando mau, é sempre objetivando pôr o médium na sua dependência. E mais um defeito do que uma qualidade e muito próximo da obsessão." (Veja-se o capítulo "Da obsessão".)

Médiuns para evocação: os médiuns maleáveis são naturalmente os mais próprios para este gênero de comunicação e para as questões de minudências que se podem propor aos Espíritos. Sob este aspecto, há médiuns inteiramente especiais. "As respostas que dão não saem quase nunca de um quadro restrito, incompatível com o desenvolvimento dos assuntos gerais."

Médiuns para ditados espontâneos: recebem comunicações espontâneas de Espíritos que se apresentam sem ser chamados. Quando esta faculdade é especial num médium, torna-se difícil, às vezes impossível mesmo, fazer-se por ele urna evocação. "Entretanto, são mais bem aparelhados que os da classe precedente. Atenta em que o aparelhamento de que aqui se trata é o de materiais do cérebro, pois mister se faz, freqüentemente, direi mesmo - sempre, maior soma de inteligência para os ditados espontâneos, do que para as evocações. Entende por ditados espontâneos os que verdadeiramente merecem essa denominação e não algumas frases incompletas ou algumas idéias corriqueiras, que se deparam em todos os escritos humanos."

Segundo o gênero e a particularidade das comunicações:

Médiuns versejadores: obtêm, mais facilmente do que outros, comunicações em verso. Muito comuns, para maus versos; muito raros, para versos bons.

Médiuns poéticos: sem serem versificadas, as comunicações que recebem têm qualquer coisa de vaporoso, de sentimental; nada que mostre rudeza. São, mais do que os outros, próprios para a expressão de sentimentos ternos e afetuosos. Tudo, nas suas comunicações, é vago; fora inútil pedir-lhes idéias precisas. Muito comuns.

Médiuns positivos: suas comunicações têm, geralmente, um cunho de nitidez e precisão, que muito se presta às minúcias circunstanciadas, aos informes exatos. Muito raros.

Médiuns literários: não apresentam nem o que há de impreciso nos médiuns poéticos, nem o terra-a-terra dos médiuns positivos; porém, dissertam com sagacidade. Têm o estilo correto, elegante e, freqüentemente, de notável eloqüência.

Médiuns incorretos: podem obter excelentes coisas, pensamentos de inatacável moralidade, mas num estilo prolixo, incorreto, sobrecarregado de repetições e de termos impróprios. "A incorreção material do estilo decorre geralmente de falta de cultura intelectual do médium que, então, não é, sob esse aspecto, um bom instrumento para o Espírito, que a isso, aliás, pouca importância liga. Tendo como essencial o pensamento, ele vos deixa a liberdade de dar-lhe a forma que convenha. Já assim não é com relação às idéias falsas e ilógicas que uma comunicação possa conter, as quais constituem sempre um índice da inferioridade do Espírito que se manifesta."

Médiuns historiadores: os que revelam aptidão especial para as explanações históricas. Esta faculdade, como todas as demais, independe dos conhecimentos do médium, porquanto não é raro verem-se pessoas sem instrução e até crianças tratar de assuntos que lhes não estão ao alcance. Variedade rara dos médiuns positivos.

Médiuns científicos: não dizemos sábios, porque podem ser muito ignorantes e, apesar disso, se mostram especialmente aptos para comunicações relativas às ciências.

Médiuns receitistas: têm a especialidade de servirem mais facilmente de intérpretes aos Espíritos para as prescrições médicas. Importa não os confundir com os médiuns curadores, visto que absolutamente não fazem mais do que transmitir o pensamento do Espírito, sem exercerem por si mesmos influência alguma. Muito comuns.

Médiuns religiosos: recebem especialmente comunicações de caráter religioso, ou que tratam de questões religiosas, sem embargo de suas crenças, ou hábitos.

Médiuns filósofos e moralistas: as comunicações que recebem têm geralmente por objeto as questões de moral e de alta filosofia. Muito comuns, quanto à moral. "Todos estes matizes constituem variedades de aptidões dos médiuns bons. Quanto aos que têm uma aptidão especial para comunicações científicas, históricas, médicas e outras, fora do alcance de suas especialidades atuais, fica certo de que possuíram, em anterior existência, esses conhecimentos, que permaneceram neles em estado latente, fazendo parte dos materiais cerebrais de que necessita o Espírito que se manifesta; são os elementos que a este abrem caminho para a transmissão de idéias que lhe são próprias, porquanto, em tais médiuns encontra ele instrumentos mais inteligentes e mais maleáveis do que num ignaro." - (Erasto.)

Médiuns de comunicações triviais e obscenas: estas palavras indicam o gênero de comunicações que alguns médiuns recebem habitualmente e a natureza dos Espíritos que as dão. Quem haja estudado o mundo espírita, em todos os graus da escala, sabe que Espíritos há, cuja perversidade iguala à dos homens mais depravados e que se comprazem em exprimir seus pensamentos nos mais grosseiros termos. Outros, menos abjetos, se contentam com expressões triviais. E natural que esses médiuns sintam o desejo de se verem livres da preferência de que são objeto por parte de semelhantes Espíritos e que devem invejar os que, nas comunicações que recebem, jamais escreveram uma palavra inconveniente.

Fora necessário uma estranha aberração de idéias e estar divorciado do bom senso, para

acreditar que semelhante linguagem possa ser usada por Espíritos bons.

Segundo as qualidades físicas do médium:

Médiuns calmos: escrevem sempre com certa lentidão e sem experimentar a mais ligeira agitação.

Médiuns velozes: escrevem com rapidez maior do que poderiam voluntariamente, no estado ordinário. Os Espíritos se comunicam por meio deles com a rapidez do relâmpago. Dir-se-ia haver neles uma superabundância de fluido, que lhes permite identificarem-se instantaneamente com o Espírito. Esta qualidade apresenta às vezes seu inconveniente: o de que a rapidez da escrita a toma muito difícil de ser lida, por quem quer que não seja o médium. "É mesmo muito fatigante, porque desprende muito fluido inutilmente."

Médiuns convulsivos: ficam num estado de sobreexcitação quase febril. A mão e algumas vezes todo o corpo se lhes agitam num tremor que é impossível dominar. A causa primária desse fato está sem dúvida na organização, mas também depende muito da natureza dos Espíritos que por eles se comunicam. Os bons e benévolos produzem sempre uma impressão suave e agradável; os maus, ao contrário, produzem-na penosa. "É preciso que esses médiuns só raramente se sirvam de sua faculdade mediúnica, cujo uso freqüente lhes poderia afetar o Sistema nervoso." (Capítulo "Da identidade dos Espíritos", diferenciação dos bons e maus Espíritos.)

Segundo as qualidades morais dos médiuns:
 
Da influência moral do médium, Da obsessão, Da identidade dos Espíritos e outros, para os quais chamamos particularmente a atenção do leitor. Aí se verá a influência que as qualidades e os defeitos dos médiuns pode exercer na segurança das comunicações e quais os que com razão se podem considerar médiuns imperfeitos ou bons médiuns.

Médiuns imperfeitos:

 Médiuns obsediados: os que não podem desembaraçar-se de Espíritos importunos e enganadores, mas não se iludem.

Médiuns fascinados: os que são iludidos por Espíritos enganadores e se iludem sobre a natureza das comunicações que recebem.

Médiuns subjugados: os que sofrem uma dominação moral e, muitas vezes, material da parte de maus Espíritos.

Médiuns levianos: os que não tomam a sério suas faculdades e delas só se servem por divertimento, ou para futilidades.

Médiuns indiferentes: os que nenhum proveito moral tiram das instruções que obtêm e em nada modificam o proceder e os hábitos.

Médiuns presunçosos: os que têm a pretensão de se acharem em relação somente com Espíritos superiores. Crêem-se infalíveis e consideram inferior e errôneo tudo o que deles não provenha.

Médiuns orgulhosos: os que se envaidecem das comunicações que lhes são dadas; julgam que nada mais têm que aprender no Espiritismo e não tomam para si as lições que recebem freqüentemente dos Espíritos. Não se contentam com as faculdades que possuem, querem tê-las todas.

Médiuns suscetíveis: variedade dos médiuns orgulhosos, suscetibilizam-se com as críticas de que sejam objeto suas comunicações; zangam-se com a menor contradição e, se mostram o que obtêm, é para que seja admirado e não para que se lhes dê um parecer. Geralmente, tomam aversão às pessoas que os não aplaudem sem restrições e fogem das reuniões onde não possam impor-se e dominar. "Deixai que se vão pavonear algures e procurar ouvidos mais complacentes, ou que se isolem; nada perdem as reuniões que da presença deles ficam privadas." - ERASTO.

 Médiuns mercenários: os que exploram suas faculdades.

Médiuns ambiciosos: os que, embora não mercadejem com as faculdades que possuem, esperam tirar delas quaisquer vantagens.

Médiuns de má-fé: os que, possuindo faculdades reais, simulam as de que carecem, para se darem importância. Não se podem designar pelo nome de médium as pessoas que, nenhuma faculdade mediúnica possuindo, só produzem certos efeitos por meio do charlatanismo.

Médiuns egoístas: os que somente no seu interesse pessoal se servem de suas faculdades e guardam para si as comunicações que recebem.

Médiuns invejosos: os que se mostram despeitados com o maior apreço dispensado a outros médiuns, que lhes são superiores. Todas estas más qualidades têm necessariamente seu oposto no bem.

Bons médiuns:

Médiuns sérios: os que unicamente para o bem se servem de suas faculdades e para fins verdadeiramente úteis. Acreditam profaná-las, utilizando-se delas para satisfação de curiosos e de indiferentes, ou para futilidades.

Médiuns modestos: os que nenhum reclamo fazem das comunicações que recebem, por mais belas que sejam. Consideram-se estranhos a elas e não se julgam ao abrigo das mistificações. Longe de evitarem as opiniões desinteressadas, solicitam-nas.

Médiuns devotados: os que compreendem que o verdadeiro médium tem uma missão a cumprir e deve, quando necessário, sacrificar gostos, hábitos, prazeres, tempo e mesmo interesses materiais ao bem dos outros.

Médiuns seguros: os que, além da facilidade de execução, merecem toda a confiança, pelo próprio caráter, pela natureza elevada dos Espíritos que os assistem; os que, portanto, menos expostos se acham a ser iludidos. Veremos mais tarde que esta segurança de modo 'algum depende dos nomes mais ou menos respeitáveis com que os Espíritos se manifestem.

Fonte: Texto do Livro dos Médiuns - Allan Kardec.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Estrutura do Corpo Etérico


Introdução:

Alguns clarividentes vêem o Campo Astral ou Emocional mas não percebem o Etérico. Esses psíquicos normalmente não percebem os Chakras no interior do campo emocional, a não ser que tenham sido treinados para isso ou possuam um grande dom clarividente.

Até agora, o avanço nesses níveis de realidade tem se deparado com bastante confusão e mal-entendidos.

O resultado é uma avalanche de LITERATURA psíquica de qualidade e credibilidade irregular, em que todos afirmam fornecer informações precisas a respeito das dimensões supersensoriais da experiência humana.  

A primeira exigência para o desenvolvimento de uma percepção extrasensorial, é reconhecer que essas percepções não se abrem MAGICAMENTE, mas são governados por leis naturais tão preciosas quanto as leis que regem o plano físico.

Os sensitivos que conseguem observar as interações da energia vital com os processos emocionais e mentais poderiam retirar essas interações da esfera subjetiva atuando como “sensores” humanos. 

Entretanto, as observações das pessoas dotadas dessas habilidades diferem amplamente quanto a confiabilidade da sua faculdade, bem como à sua clareza, precisão, e aplicabilidade nas situações materiais. Apesar desse problema, precisamos persistir, tendo em vista as promessas que o campo encerra.

Como existem diferentes tipos de percepção extra-sensorial e como todas são filtradas através da mente do percipiente, precisamos então determinar o GRAU do “EFEITO DO OBSERVADOR”. Criar um sistema de verificação e comparação, bem como um vocabulário comum.

Por sua vez a medicina tem evoluído usando recursos puramente físicos, e tem conseguido resultados satisfatórios dentro de suas limitações, tais como: Infravermelho, cristais líquidos, proporcionam um modelo de cor quente denominado termografia, ultra-som, ressonância magnética nuclear, hoje sensores científicos permitem que corpo seja visto a partir de diferentes aspectos.

ESTRUTURA DO CORPO ETÉRICO:

A função mais importante do corpo etérico é a transferência da energia vital ou da vitalidade do CAMPO UNIVERSAL para o CAMPO INDIVIDUAL (do todo para a unidade) e daí para o corpo físico.

Esse é o meio pelo qual se faz o contato com a energia que sustenta toda a natureza.

O corpo etérico, não carrega a consciência, ele atua como um elo de ligação entre os veículos físico, emocional e mental. Intercalam-se e constituem juntos o EU, a unidade energética consciente. Na verdade os corpos ou VEÍCULOS são instrumentos do eu consciente e possuem tempo determinado, ou seja não são eternos.

Os seres humanos são mantidos neste oceano nutritivo de energias, e de uma forma ainda desconhecida em sua totalidade o corpo etérico vitaliza o corpo físico.

Do pouco que se sabe sobre a estrutura dos veículos sabe-se que o corpo FÍSICO é energia plasmada, condensada num plano único tridimensional ou seja PLANO FÍSICO.

Que o etérico tem quatro camadas da mais densa que começa 1 cm dentro da derme, sutilizando-se a seguir até a mais sutil que interpenetra o corpo astral, como se pode notar o ETÉRICO faz esse contato entre físico e astral.

Por isso o etérico é considerado pelo espiritismo como um produto semimaterial, onde existem as manifestações ectoplasmáticas, inclusive sendo o campo de atuação fundamental das incorporações.

Cada partícula física possui sua contraparte etérica, daí a expressão DUPLA ETÉRICO.

Num determinado sentido o etérico é físico, porque ele tende a desaparecer quando ocorre a morte do corpo físico ou seja ele se desintegra.

Por isso em certas situações pode-se perceber com os olhos físicos A AURA ETÉRICA, uma luz cinza azulada em volta dos corpos, sem precisar ser clarividente ou médium clarividente.

Para Shaffica Karagulla em seu livro OS CHAKRAS e os campos de Energia Humanos o campo etérico está relacionado com a retina do olho, no limiar da visão usual.

- Essa matriz etérica é importante porque está relacionada com o estado de saúde dos indivíduos, pois a qualidade, a sensibilidade e a capacidade de  recuperação do corpo físico estão diretamente relacionadas com o caráter de qualidade do corpo etérico.

Para o clarividente que estuda os etérico como Dora Van Gelder Kunz, uma das autoras do livro Os campos de Energia Humana, O CORPO ETÉRICO parece uma teia de linhas de força finas e brilhantes numa pessoa saudável , se projetam formando um ângulo reto com a superfície da pele. Em cada órgão do corpo físico existe uma constante circulação de energia etérica.

Possuem basicamente duas cores, cinza azulada pálido ou cinza violeta levemente luminoso e tremeluzente, como as ondas de calor sobre a terra em dias quentes. Numa pessoa normal se projeta de 5 a 7 centímetros além do corpo físico desaparecendo gradualmente no oceano circundante. Sua textura pode ser fina ou grosseira, variando de indivíduo para indivíduo.

O que se nota, é que as primeiras camadas 1ª e 2ª estão relacionadas com a vitalidade do corpo físico. Qualquer pessoa pode treinar e ver até a segunda camada, numa parede branca ou cinza ou uma cor pálida, pode-se perceber essa aura etérica, inclusive notar que atrás na NUCA existe uma concentração mais luminosa, que é a atividade  cerebral intelectual de uma pessoa, um aluno numa prova concentrado, a luminosidade é intensa porque ele está concentrado.

Mais além existe uma teia sutil de textura extremamente delicada que se limita com o plano astral e esta atua como uma barreira natural entre o corpo etérico e astral além de proteger o indivíduo quanto à abertura prematura da COMUNICAÇÃO entre esse dois níveis (mundos).

Leadbeater descreve essa teia como uma trama apertada, composta por uma única camada de átomos etéricos que separam os chakras situados ao longo do corpo. Ela é na verdade um DISPOSITIVO de proteção, e quando é danificado pode trazer sérios transtornos de ordem mental e até física.

- O alcoolismo pode levar ao DELIRIUM TREMENS, o uso de drogas em excesso ou alucinógenos, podem romper essa proteção, temporariamente, ou definitivamente como em alguns casos de ESQUIZOFRENIA, que danifica definitivamente essa teia de proteção bem no chakra coronário, e causa visões que são distorcidas pelo onirismo, causada pela danificação de células neurônicas, influenciando a capacidade mental de raciocinar ordenadamente.

 Existem remédios que diminuem o fluxo mental na região fechando temporariamente essa abertura, mas não curando. Por isso alguns pacientes ficam abobados, fora do contexto, mas sem as visões que os deixam ansiosos e fóbicos.

 Num indivíduo saudável existe um relacionamento ordenado e fluxo ritmado entre todos os campos de energia.

 Mas note que o medo e a depressão, tendem a reduzir o fluxo de energia, afetam órgãos como os rins, que deixam de funcionar normalmente pelo tempo de ação dessa falta de fluxo no local. Mas o excesso de energia é tão prejudicial quanto à escassez.

 Se o fluxo de energia for excessivo demais, ele tende a gastar-se depressa demais, resultando no esgotamento do reservatório de energia do corpo. A tensão exaure energias, que afeta o chakra cardíaco, pode levar a problemas cardíacos e insuficiência renal. Os problemas de nível emocional causam problemas tão complexos que é difícil determinar em qual órgão vital ele irá se manifestar.

 Os chakras (centros de usinagem das energias mentais, astrais e etéricas), são capazes de transformar essas energias de nível para nível.

Fonte: Livro OS CHAKRAS e os Campos de Energia Humanos
Shafica Karangulla e Dora Van Gelder Kunz
   
FUNÇÕES DO CORPO ETÉRICO (pela Teosofia):

1- Receptor de prana;

2- Assimilador de prana;

3- Transmissor de prana.

1- Receptor de prana:

O corpo etérico é negativo ou receptivo para os raios do sol e positivo ou irradiador para o corpo físico denso. Sua segunda função, a assimilativa, está estritamente equilibrada e é interna.

Como foi explicado anteriormente, o corpo etérico absorve as emanações prânicas do sol por meio de centros ou chacras situados principalmente na parte superior do corpo denso, desde os quais passam para o centro denominado baço etérico, contra-parte etérica do baço denso.

O principal centro receptor de prana, na atualidade, está localizado entre os omoplatas, havendo um outro centro um pouco mais acima do plexo solar, que tem permanecido parcialmente inativo, devido aos abusos da chamada civilização. A próxima raça-raiz e cada vez mais a atual (quinta), valorizará a necessidade de expor tais centros aos raios do sol, o que aumentará a vitalidade física e a capacidade de adaptação.

Os centros situados entre os omoplatas, acima do diafragma e o baço formam, se pudéssemos vê-los, um triângulo etérico radiante donde origina-se o impulso para a posterior circulação prânica, que percorrerá todo o sistema corporal etérico. O corpo etérico está realmente formado por uma rede de finos canais, que constituem um sutil cordão trançado - o qual é parte do elo magnético que une os corpos físico e astral, cortando ao retirar-se o corpo etérico do corpo físico denso no momento da morte. Como o chama a Bíblia, o cordão prateado se corta. Isto deu origem à lenda da "irmã fatal que corta o fio da vida com as suas temidas tesouras".

A trama etérica está composta pelo complicado tecido deste cordão vitalizado e, separados dos sete centros da trama (centros sagrados, sendo que o baço freqüentemente é considerado um deles), encontram-se os dois já mencionados, que formam com o baço um triângulo ativo. A trama etérica do sistema solar é análoga e igualmente possui três centros receptores de prana cósmico. A misteriosa franja do firmamento denominada Via Láctea (não é a galáxia) está intimamente relacionada com o prana cósmico, vitalidade ou alimento cósmicos que vitalizam o sistema solar etérico e daí atingem a parte densa desse sistema, mantendo todas as formas em atividade. Esse assunto é muito importante e de grande utilidade e deveria ser alvo de pesquisa dos verdadeiros investigadores científicos.

2- Assimilador de prana:

O processo de assimilação é levado a cabo no triângulo mencionado. O prana, ao penetrar por qualquer desses centros, circula três vezes por todo o triângulo, antes de ser transmitido ao corpo etérico e deste ao corpo denso.

O órgão principal de assimilação é o baço - a contra-parte etérica e o órgão físico denso. A essência vital (prana) procedente do sol (após o processamento pelos Devas Dourados) penetra no baço etérico; neste é submetida a um processo de intensificação ou desvitalização, o que depende do estado de saúde desse órgão. Se o homem está são, a emanação recebida será intensificada pela vibração individual e o grau de vibração (a freqüência) será acelerado antes que o prana passe ao baço denso. Se o estado de saúde não é bom, a vibração do prana diminui e o processo torna-se mais lento.

Estes três centros, parecidos a pratinhos ou pires, têm a mesma forma que os demais e assemelham-se a pequenos vórtices que atraem à sua esfera de influência as correntes que se encontrem a seu alcance.

Os centros podem ser descritos como vórtices giratórios, unidos entre si por um tríplice canal compactamente entretecido, que quase forma um sistema circulatório separado. Este sistema tem seu ponto de saída no lado do baço oposto àquele pelo qual penetra o prana.

O fluido vital circula três vezes por estes três centros e entre eles, antes de passar à periferia do seu pequeno sistema. Depois de circular o prana pelos finos canais entre-laçados, passa por todo o corpo, impregnando-o totalmente com suas emanações, se assim se pode expressar.

Essas emanações saem finalmente do sistema etérico, irradiando-se pela superfície. A essência prânica sai da circunferência do seu "círculo não se passa" temporário como emanante prana humano, que é o mesmo prana recebido anteriormente, porém carregado, durante sua transitória circulação, com a qualidade particular que o indivíduo lhe transmite. A essência sai levando a qualidade individual.

Neste processo temos uma nova analogia de como evadem-se todas as essências de qualquer "círculo não se passa", uma vez terminado seu ciclo.

O tema do corpo etérico é de grande interesse prático. Quando o homem se der conta da sua importância, prestará mais atenção à distribuição do prana no seu corpo e procurará que a sua vitalidade, através dos três centros, não seja entorpecida.

Embora necessariamente o tema tenha de ser tratado de forma superficial e somente possam ser dados esboços e sugestões espaçadas, concluir-se-á todavia que se for estudado detalhadamente o que for passado, surgirá um conhecimento das verdades, cujo conteúdo e qualidade resultará valioso e algo que até agora não foi ensinado.

O lugar que ocupa a envoltura etérica, como separadora ou "círculo não se passa" e sua função como receptora e distribuidora de prana, serão esclarecidos aqui de uma forma muito mais extensa que antes; possivelmente mais adiante o tema será ampliado.

Dos dados tão superficialmente acima tratados deduzem-se duas verdades fundamentais:

Primeiro. O quarto sub-plano etérico do plano físico é a preocupação imediata do:

        a - o homem, o microcosmos,

        b - o Homem Celestial, o Logos Planetário,

        c - o grande Homem dos Céus, o Logos Solar.

        Convém aqui lembrar que o quarto sub-plano etérico para os Logos Solar e Planetário é o plano búdico. Assim, os Iniciados que vivem, atuam e trabalham no plano búdico, estão exercendo funções importantíssimas no corpo etérico do nosso Logos Planetário. Essa atuação ocorre a partir da quarta iniciação planetária, a da renúncia, quando o Iniciado começa o domínio, sub-plano a sub-plano, desse plano, não só com referência ao seu corpo búdico como em relação à matéria búdica exterior. Muito mais pode ser dito a esse respeito, contudo esse assunto detalhado ficará para mais tarde.

Quando tiverem um vislumbre, por mais tênue que seja, a respeito da vida, das atividades e responsabilidades nesse plano, sentirão com certeza um ímpeto muito forte para prosseguir nos esforços para alcançar a meta.

Segundo. Na quarta cadeia e quarta ronda (a nossa) é iniciado o estudo do quarto éter que - visto como trama separadora - permite a saída ocasional das vibrações correspondentes.

3- Transmissor de prana:

Até agora temos nos referido muito pouco ao tema do fogo, pois o propósito do corpo etérico é levá-lo e distribuí-lo por todo o seu sistema; somente temos tratado dos fatos que poderão despertar o interesse e acentuar a utilidade do veículo prânico (o corpo etérico).

Devemos considerar e recalcar certos fatos, à medida em que estudarmos este círculo estático e seus fogos circulantes. Para maior claridade vamos recapitular brevemente aquilo já exposto:

O Sistema solar recebe prana de fontes cósmicas, por meio de três centros e o redistribui a todas as partes de sua dilatada influência, até os limites da trama etérica solar. Este prana cósmico está colorido pela qualidade do Logos Solar e chega aos mais afastados confins do sistema solar. Poder-se-ia dizer que sua missão consiste em vitalizar o veículo, a expressão material física do Logos Solar.

O Planeta recebe prana do centro solar e o redistribui, por meio de três receptores, a todas as partes de sua esfera influência. Este prana solar está colorido pela qualidade planetária e é absorvido por tudo o que evolui dentro do "círculo não se passa" planetário. Poder-se-ia dizer que sua missão consiste em vitalizar o veículo de expressão material física de qualquer dos sete Homens Celestiais.

O Microcosmos (o homem) recebe prana proveniente do sol, depois de ter compenetrado o veículo etérico planetário, de modo que, além de prana solar, possui a qualidade planetária. Cada planeta é a personificação de um aspecto de Raio e sua qualidade se destaca predominantemente durante toda a sua evolução.

Portanto, prana é calor irradiante, sua vibração (freqüência) e qualidade variam de acordo com a Entidade receptora. Ao passar o prana pelo corpo etérico do homem, é colorido pela sua própria qualidade particular, transmitindo-o a essas vidas menores que formam seu pequeno sistema (seu corpo físico, etérico e denso).

Assim produz-se uma grande interação; todas as partes se mesclam e fundem, dependendo uma da outra e todas recebem, colorem, qualificam e transmitem. Tem lugar assim uma interminável circulação sem princípio concebível e sem possível fim, desde o ponto de vista do homem finito, porque sua origem e fim se acham ocultos na ignota fonte cósmica.

Se existissem em todas as partes perfeitas condições, esta circulação continuaria sem interrupção e seria quase interminável, porem o fim e a limitação são produzidos pela imperfeição, que gradualmente é substituída pela perfeição. Cada ciclo origina-se em outro ciclo ainda não finalizado, cedendo lugar a outra espiral mais elevada; assim sucedem-se períodos de aparente e relativa perfeição, que conduzem a períodos de maior perfeição.

O objetivo deste ciclo maior consiste, como sabemos, em fundir os dois fogos da matéria, latentes e ativos, submergindo-os nos fogos da mente e do espírito (fogos solar e elétrico), até que desapareçam na Chama geral; os fogos da mente e do espírito consomem a matéria e com isso liberam a vida dos veículos que a confinam. O altar terreno é o lugar onde nasce o espírito, quem o libera da mãe (matéria) e é também a entrada para reinos superiores.

Quando o veículo prânico funcionar corretamente nos três grupos, humano, planetário e solar, lograr-se-á a união com o fogo latente. Por esta razão recalca-se a necessidade de construir veículos físicos puros e refinados. Quanto mais refinada e sutil seja a forma, será melhor receptora de prana e oferecerá menos resistência à ascensão de kundalini no devido momento.

A matéria tosca e os corpos grosseiros e imaturos são uma ameaça para o ocultista; nenhum verdadeiro vidente terá um corpo grosseiro (trata-se do vidente superior e não daquele que o é pelo chacra umbilical).

O perigo de ser desintegrado é muito grande e a ameaça  de ser destruído pelo fogo é terrível. Já uma vez, na história (na época lemuriana), a raça e os continentes foram destruídos por meio do fogo. Os Guias da raça, nessa época, aproveitaram tal acontecimento para eliminar a forma inadequada. O fogo latente na matéria (por exemplo, nas erupções vulcânicas) e o fogo irradiante do sistema combinaram-se. O kundalini planetário e a emanação solar entraram em conjunção e teve lugar o trabalho de destruição. Na raça atlantiana (a quarta raça-raiz) houve também uma conjunção de fogos, como conseqüência de uma expansão de consciência do nosso Logos Planetário. O mesmo poderia voltar a acontecer, porém só na matéria do segundo éter e seus efeitos não seriam tão graves devido à sutileza desse éter e ao refinamento comparativamente maior dos veículos.

Observaremos aqui um fato interessante, embora seja um mistério insolúvel para a maioria; as destruições produzidas pelo fogo são parte das provas de fogo de uma iniciação desse Homem Celestial cujo carma está ligado ao de nossa terra.

A destruição de uma parte da trama torna mais fácil a saída; em realidade (visto desde os planos superiores) é um passo adiante e uma expansão. Sua repetição efetua-se no sistema solar em ciclos determinados. No campo da astronomia temos um exemplo atualmente desse aumento dos fogos, no caso da estrela Eta Carinae, que bruscamente teve o seu brilho aumentado enormemente e é alvo de estudos acurados dos astrônomos e astrofísicos. Houve uma expansão de consciência devida a uma iniciação cósmica do Grande Ser que se expressa fisicamente por essa belíssima estrela. Todavia os cientistas não interpretam dessa forma. Ainda falta muito para que os cientistas vejam DEUS manifestando-se na natureza, apesar da lógica perfeita que se observa dentro da imperfeição aparente.

Fonte: Tratado sobre Fuego Cósmico, do Mestre Djwal Khul, pela Sra. Alice A. Bailey, em espanhol, da Fundação Lucis e distribuído por editorial Kier, Buenos Aires, Argentina.

Fonte: http://www.ceomt.dk.nom.br/Fogos19.htm

terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Dr. Adolfo Bezerra de Menezes

Atualizado 30/12/2024


Nascido na antiga Freguesia do Riacho do Sangue, hoje Solonópole, no Ceará, aos 29 dias do mês de agosto de 1831, e desencarnado no Rio de Janeiro, a 11 de abril de 1900.
 
Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, no ano de 1838, entrou para a escola pública da Vila do Frade, onde em dez meses apenas, preparou- se suficientemente até onde dava o saber do mestre que lhe dirigia a primeira fase de educação. Bem cedo revelou sua fulgurante inteligência, pois, aos onze anos de idade, iniciava o curso de Humanidades e, aos treze anos, conhecia tão bem o latim que ministrava, a seus companheiros, aulas dessa matéria, substituindo o professor da classe em seus impedimentos.

Seu pai, o capitão das antigas milícias e tenente- coronel da Guarda Nacional, Antônio Bezerra de Menezes, homem severo, de honestidade a toda prova e de ilibado caráter, tinha bens de fortuna em fazendas de criação. Com a política, e por efeito do seu bom coração, que o levou a dar abonos de favor a parentes e amigos, que o procuravam para explorar- lhe os sentimentos de caridade, comprometeu aquela fortuna. Percebendo, porém, que seus débitos igualavam seus haveres, procurou os credores e lhes propôs entregar tudo o que possuía, o que era suficiente para integralizar a dívida. Os credores, todos seus amigos, recusaram a proposta, dizendo- lhe que pagasse como e quando quisesse.

O velho honrado insistiu; porém, não conseguiu demover os credores sobre essa resolução, por isso deliberou tornar- se mero administrador do que fora sua fortuna, não retirando dela senão o que fosse estritamente necessário para a manutenção da sua família, que assim passou da abastança às privações. 

Animado do firme propósito de orientar- se pelo caráter íntegro de seu pai, Bezerra de Menezes, com minguada quantia que seus parentes lhe deram, e animado do propósito de sobrepujar todos os óbices, partiu para o Rio de Janeiro a fim de seguir a carreira que sua vocação lhe inspirava: a Medicina.

Em novembro de 1852, ingressou como praticante interno no Hospital da Santa Casa de Misericórdia. Doutorou- se em 1856 pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, defendendo a tese "Diagnóstico do Cancro". Nessa altura abandonou o último patronímico, passando a assinar apenas Adolfo Bezerra de Menezes. A 27 de abril de 1857, candidatou-se ao quadro de membros titulares da Academia Imperial de Medicina, com a memória "Algumas Considerações sobre o Cancro encarado pelo lado do Tratamento". O parecer foi lido pelo relator designado, Acadêmico José Pereira Rego, a 11 de maio de 1857, tendo a eleição se efetuado a 18 de maio do mesmo ano e a posse a 1.o. de junho. Em 1858 candidatou- se a uma vaga de lente substituto da Secção de Cirurgia da Faculdade de Medicina. Por intercessão do mestre Manoel Feliciano Pereira de Carvalho, então Cirurgião- Mor do Exército, Bezerra de Menezes foi nomeado seu assistente, no posto de Cirurgião- Tenente.

Eleito vereador municipal pelo Partido Liberal, em 1861, teve sua eleição impugnada pelo chefe conservador, Haddock Lobo, sob a alegação de ser médico militar. Objetivando servir o seu Partido, que necessitava dele a fim de obter maioria na Câmara, resolveu Bezerra de Menezes afastar- se do Exército. Em 1867 foi eleito Deputado Geral, tendo ainda figurado em lista tríplice para uma cadeira no Senado. 
Quando político, levantou- se contra ele, a exemplo do que ocorre com todos os políticos honestos, uma torrente de injúrias que cobriu o seu nome de impropérios. Entretanto, a prova da pureza da sua alma deu- se quando, abandonando a vida pública, foi viver para os pobres, repartindo com os necessitados o pouco que possuía.

Corria sempre ao tugúrio do pobre, onde houvesse um mal a combater, levando ao aflito o conforto de sua palavra de bondade, o recurso da ciência de médico e o auxílio da sua bolsa minguada e generosa.

Desviado interinamente da atividade política e dedicando- se a empreendimentos empresariais, criou a Companhia de Estrada de Ferro Macaé a Campos, na então província do Rio de Janeiro. Depois, empenhou- se na construção da via férrea de S. Antônio de Pádua, etapa necessária ao seu desejo, não concretizado, de levá- la até o Rio Doce. Era um dos diretores da Companhia Arquitetônica que, em 1872, abriu o "Boulevard 28 de Setembro", no então bairro de Vila Isabel, cujo topônimo prestava homenagem à Princesa Isabel. Em 1875, era presidente da Companhia Carril de S. Cristóvão.

Retornando à política, foi eleito vereador em 1876, exercendo o mandato até 1880. Foi ainda presidente da Câmara e Deputado Geral pela Província do Rio de Janeiro, no ano de 1880.

O Dr. Carlos Travassos havia empreendido a primeira tradução das obras de Allan Kardec e levara a bom termo a versão portuguesa de "O Livro dos Espíritos". Logo que esse livro saiu do prelo levou um exemplar ao deputado Bezerra de Menezes, entregando- o com dedicatória. O episódio foi descrito do seguinte modo pelo futuro Médico dos Pobres: "Deu- mo na cidade e eu morava na Tijuca, a uma hora de viagem de bonde. Embarquei com o livro e, como não tinha distração para a longa viagem, disse comigo: ora, adeus! Não hei de ir para o inferno por ler isto... Depois, é ridículo confessar- me ignorante desta filosofia, quando tenho estudado todas as escolas filosóficas. Pensando assim, abri o livro e prendi- me a ele, como acontecera com a Bíblia. Lia. Mas não encontrava nada que fosse novo para meu Espírito. Entretanto, tudo aquilo era novo para mim!... Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no "O Livro dos Espíritos". Preocupei- me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente, ou, mesmo como se diz vulgarmente, de nascença". 

No dia 16 de agosto de 1886, um auditório de cerca de duas mil pessoas da melhor sociedade enchia a sala de honra da Guarda Velha, na rua da Guarda Velha, atual Avenida 13 de Maio, no Rio de Janeiro, para ouvir em silêncio, emocionado, atônito, a palavra sábia do eminente político, do eminente médico, do eminente cidadão, do eminente católico, Dr. Bezerra de Menezes, que proclamava a sua decidida conversão ao Espiritismo. 

Bezerra era um religioso no mais elevado sentido. Sua pena, por isso, desde o primeiro artigo assinado, em janeiro de 1887, foi posta a serviço do aspecto religioso do Espiritismo. Demonstrada a sua capacidade literária no terreno filosófico e religioso, quer pelas réplicas, quer pelos estudos doutrinários, a Comissão de Propaganda da União Espírita do Brasil, incumbiu- o de escrever, aos domingos, no "O Paiz" tradicional órgão da imprensa brasileira, a série de "Estudos Filosóficos", sob o título "O Espiritismo". O Senador Quintino Bocaiúva, diretor daquele jornal de grande penetração e circulação, "o mais lido do Brasil", tornou-se mesmo simpatizante da Doutrina Espírita. 

Os artigos de Max, pseudônimo de Bezerra de Menezes, marcaram a época de ouro da propaganda espírita no Brasil. De novembro de 1886 a dezembro de 1893, escreveu ininterruptamente, ardentemente. 

Da bibliografia de Bezerra de Menezes, antes e após a sua conversão do Espiritismo, constam os seguintes trabalhos: "A Escravidão no Brasil e as medidas que convém tomar para extingui- la sem dano para a Nação", "Breves considerações sobre as secas do Norte", "A Casa Assombrada", "A Loucura sob Novo Prisma", "A Doutrina Espírita como Filosofia Teogônica", "Casamento e Mortalha", "Pérola Negra", "Lázaro -- o Leproso", "História de um Sonho", "Evangelho do Futuro". Escreveu ainda várias biografias de homens célebres, como o Visconde do Uruguai, o Visconde de Carvalas, etc. Foi um dos redatores de "A Reforma", órgão liberal da Corte, e redator do jornal "Sentinela da Liberdade". 

Bezerra de Menezes tinha a função de médico no mais elevado conceito, por isso, dizia ele: "Um médico não tem o direito de terminar uma refeição, nem de perguntar se é longe ou perto, quando um aflito qualquer lhe bate à porta. O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado muito e achar- se fatigado, ou por ser alta hora da noite, mau o caminho ou o tempo, ficar longe ou no morro, o que sobretudo pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem lhe chora à porta que procure outro -- esse não é médico, é negociante de medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos de formatura. Esse é um desgraçado, que manda para outro o anjo da caridade que lhe veio fazer uma visita e lhe trazia a única espórtula que podia saciar a sede de riqueza do seu Espírito, a única que jamais se perderá nos vaivéns da vida." 

Em 1883, reinava um ambiente francamente dispersivo no seio do Espiritismo brasileiro e os que dirigiam os núcleos espíritas do Rio de Janeiro sentiam a necessidade de uma união mais bem estruturada e que, por isso mesmo, se tornasse mais indestrutível. 

Os Centros, onde se ministrava a Doutrina, trabalhavam de forma autônoma. Cada um deles exercia a sua atividade em um determinado setor, sem conhecimento das atividades dos demais. Esse sentimento levou- os à fundação da Federação Espírita Brasileira. 

Nessa época já existiam muitas sociedades espíritas, porém, as únicas que mantinham a hegemonia de mando eram quatro: a "Acadêmica", a "Fraternidade", a "União Espírita do Brasil" e a "Federação Espírita Brasileira", entretanto, logo surgiram entre elas vivas discórdias. 

Sob os auspícios de Bezerra de Menezes, e acatando prescrições das importantes "Instruções" recebidas do plano espiritual pelo médium Frederico Júnior, foi fundado o famoso "Centro Espírita", o que, entretanto, não impediu que Bezerra desse a sua colaboração a todas as outras instituições. O entusiasmo dos espíritas logo se arrefeceu, e o velho seareiro se viu desamparado dos seus companheiros, chegando a ser o único freqüentador do Centro. A cisão era profunda entre os chamados "místicos" e "científicos", ou seja, espíritas que aceitavam o Espiritismo em seu aspecto religioso, e os que o aceitavam simplesmente pelo lado científico e filosófico. 

Em 1893, a convulsão provocada no Brasil pela Revolta da Armada, ocasionou o fechamento de todas as sociedades espíritas ou não. No Natal do mesmo ano Bezerra encerrou a série de "Estudos Filosóficos" que vinha publicando no "O Paiz". 

Em 1894, o ambiente mostrou tendências para melhora e o nome de Bezerra de Menezes foi lembrado como o único capaz de unificar o movimento espírita. O infatigável batalhador, com 63 anos de idade, assumiu a presidência da Federação Espírita Brasileira, cargo que ocupou até a sua desencarnação. 

Iniciava- se o ano de 1900, e Bezerra de Menezes foi acometido de violento ataque de congestão cerebral, que o prostrou no leito, de onde não mais se levantaria. 

Verdadeira romaria de visitantes acorria à sua casa. Ora o rico, ora o pobre, ora o opulento, ora o que nada possuía. 

Ninguém desconhecia a luta tremenda em que se debatia a família do grande apóstolo do Espiritismo. Todos conheciam suas dificuldades financeiras, mas ninguém teria a coragem de oferecer fosse o que fosse, de forma direta. Por isso, os visitantes depositavam suas espórtulas, delicadamente, debaixo do seu travesseiro. No dia seguinte, a pessoa que lhe foi mudar as fronhas, surpreendeu- se por ver ali desde o tostão do pobre até a nota de duzentos mil reis do abastado!... 

Ocorrida a sua desencarnação, verdadeira peregrinação demandou sua residência a fim de prestar- lhe a última visita. 

No dia 17 de abril, promovido por Leopoldo Cirne, reuniram- se alguns amigos de Bezerra, a fim de chegarem a um acordo sobre a melhor maneira de amparar a sua família, tendo então sido formada uma comissão que funcionou sob a presidência de Quintino Bocaiúva, senador da República, para se promover espetáculos e concertos, em benefício da família daquele que mereceu o cognome de "Kardec Brasileiro". 

Digno de registro foi um caso sucedido com o Dr. Bezerra de Menezes, quando ainda era estudante de Medicina. Ele estava em sérias dificuldades financeiras, precisando da quantia de cinqüenta mil réis (antiga moeda brasileira), para pagamento das taxas da Faculdade e para outros gastos indispensáveis em sua habitação, pois o senhorio, sem qualquer contemplação, ameaçava despejá- lo. 

Desesperado -- uma das raras vezes em que Bezerra se desesperou na vida -- e como não fosse incrédulo, ergueu os olhos ao Alto e apelou a Deus. 

Poucos dias após bateram- lhe à porta. Era um moço simpático e de atitudes polidas que pretendia tratar algumas aulas de Matemática. 

Bezerra recusou, a princípio, alegando ser essa matéria a que mais detestava, entretanto, o visitante insistiu e por fim, lembrando- se de sua situação desesperadora, resolveu aceitar. 

O moço pretextou então que poderia esbanjar a mesada recebida do pai, pediu licença para efetuar o pagamento de todas as aulas adiantadamente. Após alguma relutância, convencido, acedeu. O moço entregou- lhe então a quantia de cinqüenta mil réis. Combinado o dia e a hora para o início das aulas, o visitante despediu- se, deixando Bezerra muito feliz, pois conseguiu assim pagar o aluguel e as taxas da Faculdade. Procurou livros na biblioteca pública para se preparar na matéria, mas o rapaz nunca mais apareceu.

No ano de 1894, em face das dissensões reinantes no seio do Espiritismo brasileiro, alguns confrades, tendo à frente o Dr. Bittencourt Sampaio, resolveram convidar Bezerra a fim de assumir a presidência da Federação Espírita Brasileira.

Em vista da relutância dele em assumir aquele espinhoso encargo, travou- se a seguinte conversação: 

-Querem que eu volte para a Federação. Como vocês sabem aquela velha sociedade está sem presidente e desorientada. Em vez de trabalhos metódicos sobre Espiritismo ou sobre o Evangelho, vive a discutir teses bizantinas e a alimentar o espírito de hegemonia.

-O trabalhador da vinha, disse Bittencourt Sampaio, é sempre amparado. A Federação pode estar errada na sua propaganda doutrinária, mas possui a Assistência aos Necessitados, que basta por si só para atrair sobre ela as simpatias dos servos do Senhor.
 
-De acordo. Mas a Assistência aos Necessitados está adotando exclusivamente a Homeopatia no tratamento dos enfermos, terapêutica que eu adoto em meu tratamento pessoal, no de minha família e recomendo aos meus amigos, sem ser, entretanto, médico homeopata. Isto aliás me tem criado sérias dificuldades, tornando- me um médico inútil e deslocado que não crê na medicina oficial e aconselha a dos Espíritos, não tendo assim o direito de exercer a profissão.

-E por que não te tornas médico homeopata? disse Bittencourt. 

-Não entendo patavinas de Homeopatia. Uso a dos Espíritos e não a dos médicos.

Nessa altura, o médium Frederico Júnior, incorporando o Espírito de S. Agostinho, deu um aparte: 

-Tanto melhor. Ajudar- te- emos com maior facilidade no tratamento dos nossos irmãos.

-Como, bondoso Espírito? Tu me sugeres viver do Espiritismo? 

-Não, por certo! Viverás de tua profissão, dando ao teu cliente o fruto do teu saber humano, para isso estudando Homeopatia como te aconselhou nosso companheiro Bittencourt. Nós te ajudaremos de outro modo: Trazendo- te, quando precisares, novos discípulos de Matemática... 

(Grandes Vultos do Espiritismo)

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Porque esquecemos da vida anterior?

Dizem todos os Espíritos que, na erraticidade, eles se aplicam a pesquisar, estudar, observar, a fim de fazerem a sua escolha para a próxima reencarnarão
Fonte: Livro dos Espíritos – Kardec

O Espírito pode apressar ou retardar o momento da sua reencarnarão. Pode apressá-lo, atraindo-o por um desejo ardente. Pode igualmente distanciá-lo, recuando diante da prova, pois entre os Espíritos também há covardes e indiferentes. Nenhum, porém assim procede impunemente, visto que sofre por isso, como aquele que recusa o remédio capaz de curá-lo.
Fonte: Livro dos Espíritos – Kardec – Pagina 195 q. 332

O Espírito pode, também, escolher o corpo, porquanto as imperfeições que este apresente ainda serão, para o Espírito, provas que lhe auxiliarão o progresso, se vencer os obstáculos que lhe oponha. Nem sempre, porém, lhe é permitida a escolha do seu invólucro corpóreo; mas, simplesmente, a faculdade de pedir que seja tal ou qual. Se o Espírito recusar, à última hora, tomar o corpo por ele escolhido, sofreria muito mais do que aquele que não tentasse prova alguma.
Fonte: Livro dos Espíritos – Kardec

RESTRINGIMENTO:

Esquema muito simplificado de aparelho eletromagnético de restringimento do

corpo  espiritual - no plano espiritual - para reencarnações compulsórias e adiadas, e pequeníssimo corpo ovalado em que resulta, contendo todo o substrato do Espírito reencarnante, sendo que os pontos indicados correspondem aos seus centros de força.

Fonte: IMAGENS DO ALÉM – Heigorina Cunha / Espírito Lucius

OVOIDIZAÇÃO:

Aproximando-se o momento de reencarnação, o Espírito reencarnante, comumente, entra em gradativo processo de redução psicossômica (lembrando o chamado fenômeno da ovoidização), o qual acontece concomitantemente com a diminuição da consciência de si.   Para os Espíritos superiores dispensariam esse apagamento da consciência, pelo menos, até as fases finais.  No momento da concepção do corpo que se lhe destina, o Espírito é apanhado por uma corrente fluídica que, semelhante a uma rede, o toma e aproxima da sua nova morada.  Desde o instante da concepção, a perturbação ganha o Espírito; suas idéias se tornam confusas; suas faculdades se somem. No ato da reencarnação, as faculdades do Espírito não ficam apenas entorpecidas por uma espécie de sono momentâneo, todas, sem exceção, passam ao estado de latência.

Fonte: Perispirito - páginas 39/40 - Zalmino Zimmermann / Obras Póstimas - cit. páginas 202 / 203 - Kardec.

MONOIDEÍSMO E REENCARNAÇÃO:

Ressurgir na própria taba e renascer na carne, cujas exalações lhe magnetizam a alma, constituem aspiração incessante do selvagem desencarnado.

Estabelece-se nele o monoideísmo pelo qual os outros desejos se lhe esmaecem no íntimo.

Pela oclusão de estímulos outros, os órgãos do corpo espiritual se retraem ou se atrofiam, por ausência de função, e se voltam, instintivamente, para a sede do governo mental, onde se localizam, ocultos e definhados, no fulcro dos pensamentos em circuito fechado sobre si mesmos, quais implementos potenciais do germe vivo entre as paredes do ovo.

Em tais circunstâncias, se o monoideísmo é somente reversível através da reencarnação, a criatura humana desencarnada, mantida a justa distância, lembra as bactérias que se transformam em esporos quando as condições de meio se lhes apresentam inadequadas, tornando-se imóveis e resistindo admiravelmente ao frio e ao calor, durante anos, para regressarem ao ciclo de evolução que lhes é peculiar, tão logo se identifiquem, de novo, em ambiente propício.

Sentindo-se em clima adverso ao seu modo de ser, o homem primitivo, desenfaixado do envoltório físico, recusa-se ao movimento na esfera extrafísica, submergindo-se lentamente, na atrofia das células que lhe tecem o corpo espiritual, por monoideísmo auto-hipnotizante, provocado pelo pensamento fixo-depressivo que lhe define o anseio de retorno ao abrigo fisiológico.

Nesse período, afirmamos habitualmente que o desencarnado perdeu o seu corpo espiritual, transubstanciando-se num corpo ovóide, o que ocorre, aliás, a inúmeros desencarnados outros, em situação de desequilíbrio, cabendo-nos notar que essa forma, segundo a nossa maneira atual de percepção, expressa o corpo mental da individualidade, a encenar consigo, conforme os princípios ontogenéticos da Criação Divina, todos os órgãos virtuais de exteriorização da alma, nos círculos terrestres e espirituais, assim como o ovo, aparentemente simples, guarda hoje a ave poderosa de amanhã, ou como a semente minúscula, que conserva nos tecidos embrionários a árvore vigorosa em que se transformará no porvir.

Fonte: Evolução em Dois Mundos -  pág. 90 - André Luiz

Sidarta Gautama: O Buda


Sidarta nasceu no ano de 560 aC e era filho de um rei do povo Sakhya que habitava a região da fronteira entre a Índia e o Nepal. Buda viveu durante o período áureo dos filósofos e um dos períodos espirituais mais incríveis da história; foi contemporâneo de Heráclito, Pitágoras, Zoroastro, Jain Mahavira e Lao-Tsé.

No palácio, a vida de Gautama era cercada de conforto e paz. Casou e teve um filho, mas vivia totalmente protegido de contato com o exterior, por ordem de seu pai. Uma tarde, fugindo dos portões do palácio, o jovem Gautama viu 3 coisas que iriam mudar sua vida: um ancião que, encurvado, não conseguia andar e se apoiava num bastão, um homem que agonizava em terríveis dores devido a uma doença interna, um cadáver envolvido num sudário de linho branco. Essas 3 visões o puseram em contato com a  velhice, a doença e a morte, conhecidas como “as três marcas da impermanência", e o deixaram profundamente abalado. Voltando para o palácio, ele teve a quarta visão: um Sadhu, um eremita errante cujo rosto irradiava paz profunda e dignidade, que impressionou Gautama a tal ponto que ele decidiu renunciar à sua vida de comodidade e dedicar o resto de sua vida à busca da verdade.

Abandonando o palácio, ele seguiu de início a senda do ascetismo, jejuando até que se convenceu da inutilidade destas práticas, e continuou sua busca. Durante 7 anos esteve estudando com os filósofos da região e continuava insatisfeito. Por fim, em uma de suas viagens, chegou a Bodh Gaya, onde encontrou uma enorme figueira e tomou a resolução de não sair de lá até ter alcançado a iluminação. Durante 49 dias ele permaneceu sentado à sobra da figueira, em profunda meditação, transcendendo todos os estágios da mente até atingir a Iluminação, um estado chamado nirvana. Desde então foi chamado de Buda (o que despertou) ou Shakyamuni (o sábio dos shakyas). Seus ensinamentos nascidos dessas experiência são conhecidos como o Caminho do Meio, ou simplesmente o dharma (a lei). Do momento em que atingiu o nirvana, aos 35 anos de idade, até sua morte, aos 80, Buda viajou ininterruptamente por toda a Índia, ensinando e fundando comunidades monásticas.

Buda ensinou o dharma a todos, sem distinção de sexo, idade ou casta social, em seu próprio idioma, um dialeto do nordeste da Índia, evitando o sânscrito empregado pelos hinduístas e eruditos, que era um símbolo de uma casta que não significava sabedoria, pois os brâmanes tinham cargos hereditários. Costumava recomendar a seus discípulos que ensinassem em suas próprias línguas, de forma que a doutrina foi ficando conhecida em
vários países.

Suas últimas palavras foram: “A decadência é inerente a todas as coisas compostas. Vivei fazendo de vós mesmos a vossa ilha, convertendo-vos no vosso refúgio. Trabalhai com diligência para alcançar a vossa Iluminação”.

Fonte: http://brazilsite.com.br/religiao/budismo/bud02.htm

domingo, 17 de dezembro de 2023

O que é Espiritismo?

• É o conjunto de princípios e leis, revelados pelos Espíritos Superiores, contidos nas obras de Allan Kardec, que constituem a Codificação Espírita:

O Livro dos Espíritos,

 O Livro dos Médiuns,

O Evangelho Segundo o Espiritismo,

 O Céu e o Inferno

 e A Gênese.

É o Consolador prometido, que veio, no devido tempo, recordar e complementar o que Jesus ensinou, "restabelecendo todas as coisas no seu verdadeiro sentido", trazendo, assim, à Humanidade as bases reais para sua espiritualização.

O que revela?

• Revela conceitos novos e mais aprofundados a respeito de Deus, do Universo, dos Homens, dos Espíritos e das Leis que regem a vida.

• Revela, ainda, o que somos, de onde viemos, para onde vamos, qual o objetivo da existência terrena e qual a razão da dor e do sofrimento.
Qual a sua abrangência?

• Trazendo conceitos novos sobre o homem e tudo o que o cerca, o Espiritismo toca em todas as áreas do conhecimento, das atividades e do comportamento humanos.

• Pode e deve ser estudado, analisado e praticado em todos os aspectos fundamentais da vida, tais como: científico, filosófico, religioso, ético, moral, educacional, social.

O que o Espiritismo ensina?

Pontos fundamentais:

• Deus é a inteligência suprema e causa primária de todas as coisas. É eterno, imutável, imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom.

• O Universo é criação de Deus. Abrange todos os seres racionais e irracionais, animados e inanimados, materiais e imateriais.

• Além do mundo corporal, habitação dos Espíritos encarnados (Homens), existe o mundo espiritual, habitação dos Espíritos desencarnados.

• No Universo há outros mundos habitados, com seres de diferentes graus de evolução: iguais, mais evoluídos e menos evoluídos que os homens.

• Todas as leis da Natureza são leis divinas, pois que Deus é o seu autor. Abrangem tanto as leis físicas como as leis morais.

• O homem é um Espírito encarnado em um corpo material. O perispírito é o corpo semimaterial que une o Espírito ao corpo material.

• Os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Constituem o mundo dos Espíritos, que preexiste e sobrevive a tudo.

• Os Espíritos são criados simples e ignorantes, evoluem intelectual e moralmente, passando de uma ordem inferior para outra mais elevada, até a perfeição, onde gozam de inalterável felicidade.

• Os Espíritos preservam sua individualidade, antes, durante e depois de cada encarnação.

• Os Espíritos reencarnam tantas vezes quantas forem necessárias ao seu próprio aprimoramento.

• Os Espíritos evoluem sempre. Em suas múltiplas existências corpóreas podem estacionar, mas nunca regridem. A rapidez do seu progresso, intelectual e moral, depende dos esforços que faça para chegar à perfeição.

• Os Espíritos pertencem a diferentes ordens, conforme o grau de perfeição a que tenham alcançado: Espíritos Puros, que atingiram a perfeição máxima; Bons Espíritos, nos quais o desejo do bem é o que predomina; Espíritos imperfeitos, caracterizados pela ignorância, pelo desejo do mal e pelas paixões inferiores.

• As relações dos Espíritos com os homens são constantes, e sempre existiram. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os imperfeitos nos impelem para o mal.

• Jesus é o guia e modelo para toda a Humanidade. E a Doutrina que ensinou e exemplificou é a expressão mais pura da Lei de Deus.

• A moral do Cristo, contida no Evangelho, é o roteiro para a evolução segura de todos os homens, e a sua prática é a solução para todos os problemas humanos e o objetivo a ser atingido pela humanidade.

• O homem tem o livre-arbítrio para agir, mas responde pelas conseqüências de suas ações.

• A vida futura reserva aos homens penas e gozos compatíveis com o procedimento de respeito ou não à Lei de Deus.

• A prece é um ato de adoração a Deus. Está na lei natural, e é o resultado de um sentimento inato do homem, assim como é inata a idéia da existência do Criador.

• A prece torna melhor o homem. Aquele que ora com fervor e confiança se faz mais forte contra as tentações do mal e Deus lhe envia bons Espíritos para assisti-lo. É este um socorro que jamais se lhe recusa, quando pedido com sinceridade.

Prática Espírita

• Toda a prática espírita é gratuita, dentro do princípio do Evangelho: "Dai de graça o que de graça recebestes".

• A prática espírita é realizada sem nenhum culto exterior, dentro do princípio cristão de que Deus deve ser adorado em espírito e verdade.

• O Espiritismo não tem corpo sacerdotal e não adota e nem usa em suas reuniões e em suas práticas: paramentos, bebidas alcoólicas, incenso, fumo, altares, imagens, andores, velas, procissões, talismãs, amuletos, sacramentos, concessões de indulgência, horóscopos, cartomancia, pirâmides, cristais, búzios, rituais, ou quaisquer outras formas de culto exterior.

• O Espiritismo não impõe os seus princípios. Convida os interessados em conhecê-lo a submeter os seus ensinos ao crivo da razão antes de aceitá-los.

• A mediunidade, que permite a comunicação dos Espíritos com os homens, é um dom que muitas pessoas trazem consigo ao nascer, independentemente da diretriz doutrinária de vida que adote.

• Prática mediúnica espírita só é aquela que é exercida com base nos princípios da Doutrina Espírita e dentro da moral cristã.

• O Espiritismo respeita todas as religiões, valoriza todos os esforços para a prática do bem, trabalha pela confraternização entre todos os homens independentemente de sua raça, cor, nacionalidade, crença ou nível cultural e social, e reconhece que "o verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza".

"Nascer, morrer, renascer, ainda,
e progredir sempre, tal é a lei."
"Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade".
"Fora da caridade não há salvação".

O estudo das obras de Allan Kardec é fundamental para o correto conhecimento da Doutrina Espírita.

Fonte: http://www.sobresites.com/espiritismo/espiritismo.htm