sexta-feira, 17 de maio de 2024

O Sermão do Monte


"Vendo Jesus a multidão, subiu ao monte; e depois de se ter sentado, aproximaram-se seus discípulos; e ele começou a ensiná-los, dizendo:

"Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos Céus.

"Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.

"Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a Terra.

"Bem-aventurados os que têm fome e sêde de justiça, porque eles serão fartos.

"Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.

"Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.

"Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.

"Bem-aventurados os que têm sido perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus.

"Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem, vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Alegrai-vos e exultai, porque grande é o vosso galardão nos Céus; pois assim perseguiram aos profetas que existiram antes de vós."

(Mateus, V, 1-12.)

No mundo há alegrias, porém mais existem dores e tristezas. Jó dizia que "o homem vive pouco tempo na Terra e a sua vida é cheia de tribulações"— Brevi vivens tempore repletur multis miserlis.

A Escritura chama à Terra um Vale de Lágrimas e compara a vida do homem à do operário que apenas à noite come o seu pão banhado de suor.

Sentimo-nos, neste mundo, vergados ao peso da dor; hoje, amanhã ou depois, ela não deixa de visitar-nos. O peso dos infortúnios acompanha a Humanidade em todos os séculos.

O homem vem ao mundo com um grito; um gemido de dor é o seu último suspiro!

Do berço ao túmulo, a estrada da vida está semeada de espinhos e banhada de lágrimas! Quantas ilusões, quantas amarguras, quantas dores passamos neste mundo!

A dor é uma lei semelhante à da morte; penetra no tugúrio do pobre como no palácio do rico. Neste mundo ainda atrasado, onde viemos progredir, a dor parece ser a sentinela avançada a nos despertar para a perfeição.

Max Nordau dizia: "Ide de cidade em cidade e batei de porta em porta; perguntai se ai está a felicidade, e todos vos responderão. Não; ela está muito longe de nós!"

Mas se é verdade que o Senhor permitiu que os sofrimentos nos assaltassem, não é menos verdade que também nos proporciona a Esperança, com que aguardamos dias melhores. "Bem-aventurados os que sofrem, pois serão consolados."

A Esperança é a estrela que norteia as nossas mais belas aspirações; é a estrela que ilumina a noite tenebrosa da vida, e nos faz vislumbrar a estância de salvamento. A vida na Terra é um caminho que nos conduz às paragens luminosas da Vida Eterna; não é um repouso, mas uma preparação para 0 repouso.

Paulo, o Apostolo dos Gentios, recordando-nos numa das suas luminosas Epistolas a Vida Real, disse: "Dia virá em que despiremos a veste mortal para vestir a da imortalidade. "
Atravessamos a existência na Terra como o soldado atravessa um campo de fogo e de sangue, e os bravos e os fortes de espírito cravam nas muralhas o seu estandarte e levantam o grito de vitória isto o que nos ensina o Espiritismo com a sua consoladora Doutrina.Tomado de compaixão pelo mundo, o Cristo desce das alturas, senta-se sobre um alto monte, atrai a si multidões de desventurados e começa o seu monumental sermão com as consoladoras promessas:
Bem-aventurados os pobres, os aflitos, os que choram, porque deles é o Reino dos Céus!" A "palavra boa", a Esperança, proporciona sempre resignação, coragem e fé aos desiludidos das promessas do mundo

O homem que confia e espera em Deus, vê nos sofrimentos o resgate de suas faltas, o meio de se purificar da corrupção! É preciso ter fé, é preciso ter Esperança. Dizei ao moribundo que, em verdade' não morrerá, e ele, animado pela vossa palavra, enfrentará a morte e não sofrerá o seu aguilhão!

A Esperança é a consolação dos aflitos, a companheira do exilado, a amiga dos desventurados, a mensageira das promessas do Cristo!

Perca o homem tudo: bens, fortuna, saúde, parentes, amigos, mas se a Esperança, Filha do Céu, o envolve, ele prossegue em sua ascensão para o bem, para a vida, para a Imortalidade!

Do alto do monte, tomado de tristeza pelas desventuras humanas, o Senhor ensinava às multidões os meios de conquistar, com o trabalho por que passavam, o Reino dos Céus. E a todos recomendava resignação na adversidade, mansidão nas lutas da vida, misericórdia no meio da tirania, e higiene de coração para que pudessem ver Deus.

Nessa autêntica oração, o Senhor já previa que seriam injuriados e perseguidos todos aqueles que, crendo na sua Palavra, encontrassem nela o arrimo para suas dores, o lenitivo para seus sofrimentos; mas recomenda, antecipadamente, não nos encolerizarmos com o mel que nos fizerem, para que seja grande o nosso galardão nos Céus. Disse mais: que exemplificássemos a nossa vida como os profetas que nos precederam, porque "bem-aventurados tem sido todos os que são perseguidos por causa da justiça".

Lutemos contra a dor, aproveitando essa prova que nos foi oferecida, para a vitória do Espírito, liberto dos liames terrenos!

Empunhemos a espada da Fé e o escudo da Caridade, com todos os seus atributos, e o Reino de Deus florescerá em nós, como rogamos diariamente no Pai nosso, a prece que Jesus nos legou.

Do livro Parábolas e Ensinos de Jesus, pelo espírito Caírbar Schutel

quinta-feira, 16 de maio de 2024

Fé e Esperança

Léon Denis

A fé é a confiança da criatura em seus destinos, é o sentimento que a eleva à infinita Potestade, é a certeza de estar no caminho que vai ter à verdade. A fé cega écomo farol cujo vermelho clarão não pode traspassar o nevoeiro; a fé
esclarecida é foco elétrico que ilumina com brilhante luz a estrada a percorrer. 
Ninguém adquire essa fé sem ter passado pelas tribulações da dúvida, sem ter padecido as angústias que embaraçam o caminho dos investigadores. Muitos param em esmorecida indecisão e flutuam longo tempo entre opostas
correntezas. Feliz quem crê, sabe, vê e caminha firme. A fé então é profunda, inabalável, e habilita-o a superar os maiores obstáculos. Foi neste sentido que se disse que a fé transporta montanhas, pois, como tais, podem ser
consideradas as dificuldades que os inovadores encontram no seu caminho, ou seja, as paixões, a ignorância, os preconceitos e o interesse material. 
Geralmente se considera a fé como mera crença em certos dogmas religiosos, aceitos sem exame. Mas a verdadeira fé está na convicção que nos anima e nos arrebata para os ideais elevados. Há a fé em si próprio, em uma
obra material qualquer, a fé política, a fé na pátria. Para o artista, para o pensador, a fé é o sentimento do ideal, é a visão do sublime fanal aceso pela mão divina nos alcantis eternos, a fim de guiar a Humanidade ao Bem e à
Verdade. 
É cega a fé religiosa que anula a razão e se submete ao juizo dos outros, que aceita um corpo de doutrina verdadeiro ou falso, e dele se torna totalmente cativa. Na sua Impaciência e nos seus excessos, a fé cega recorre facilmente à perfídia, à subjugação, conduzindo ao fanatismo. Ainda sob este aspecto, é a fé um poderoso incentivo, pois tem ensinado os homens a se humilharem e a sofrerem. Pervertida pelo espírito de domínio, tem sido a causa de muitos crimes, mas, em suas conseqüências funestas, também deixa transparecer suas grandes vantagens.
Ora, se a fé cega pôde produzir tais efeitos, que não realizará a fé esclarecida pela razão, a fé que julga, discerne e compreende? Certos teólogos exortam-nos a desprezar a razão, a renegá-la, a rebatê-la. Deveremos por isso
repudiá-la, mesmo quando ela nos mostra o bem e o belo? Esses teólogos alegam os erros em que a razão caiu e parecem, lamentavelmente, esquecer que foi a razão que descobriu esses erros e ajudou-nos a corrigi-los.

A razão é uma faculdade superior, destinada a esclarecer-nos sobre todas as coisas. Como todas as outras faculdades, desenvolve-se e engrandece pelo exercício. A razão humana é um reflexo da Razão eterna. É Deus em nós, disse São Paulo. Desconhecer-lhe o valor e a utilidade é menosprezar a natureza humana, é ultrajar a própria Divindade. Querer substituir a razão pela fé é ignorar que ambas são solidárias e inseparáveis, que se consolidam e vivificam uma à outra. A união de ambas abre ao pensamento um campo mais vasto: harmoniza as nossas faculdades e traz-nos a paz interna. 
A fé é mãe dos nobres sentimentos e dos grandes feitos. O homem profundamente firme e convicto é Imperturbável diante do perigo, do mesmo modo que nas tribulações. Superior às lisonjas, às seduções, às ameaças, ao
bramir das paixões, ele ouve uma voz ressoar nas profundezas da sua consciência, instigando-o à luta, encorajando-o nos momentos perigosos.
A filosofia dos Espíritos vem oferecer-nos uma fé racional e, por isso mesmo, robusta, O conhecimento do mundo invisível, a confiança numa lei superior de justiça e progresso imprime a essa fé um duplo caráter de calma e
segurança.

Léon Denis, no livro "Depois da Morte"

sábado, 11 de maio de 2024

Ética Mediúnica

Pelo espírito Odilon Fernandes

Na lida com os desencarnados, o médium necessita saber que está lidando com espíritos fora do corpo, homens sem o seu veículo físico de manifestação a quem a morte não santificou e nem alterou, de imediato, a natureza de seus pensamentos.

Entre encarnados e desencarnados deve se estabelecer uma parceria consciente com objetivos que transcendem todo e qualquer interesse material.

Os Espíritos, habitando as dimensões do Invisível, continuam interessados no progresso do planeta - não se trata apenas do propósito de cooperar com Jesus na evolução da Humanidade; trata-se igualmente de melhorar a psicosfera do orbe terrestre e as condições de vida nele existentes, posto que, com raras exceções, todos haverão de tomar o caminho da reencarnação.

Os médiuns afeitos ao serviço do Bem, estão trabalhando sobre a Terra para continuarem trabalhando no Mundo Espiritual, porquanto a vida de Além-Túmulo, para todos os homens, é a seqüência natural do que estejam fazendo. Médiuns apenas com a aparência de devotamento, movidos por interesses estritamente pessoais, haverão de se decepcionar profundamente, quando a liberação do corpo de carne os colocar em confronto com a própria consciência.

Ser médium não é uma condição especial para a criatura encarnada, no entanto pode tornar-se pelo modo com que encare a tarefa que está sendo chamada a desempenhar - sem dúvida, trata-se para o homem de uma das melhores oportunidades de crescimento espiritual que a Lei está lhe conferindo, ao longo de suas múltiplas experiências reencarnatórias.

O médium, portanto, deveria encarar com maior responsabilidade o compromisso, lutando por um melhor aproveitamento do tempo.

Condição mediúnica desprezada assemelha-se ao talento enterrado da parábola de Jesus... Os que se revela indiferentes diante de seus dons medianímicos, sejam eles expressivos ou não, anularão em si mesmos excelente oportunidade de trabalho; quem faz questão de cultivar-se mediunicamente, estabelece importantes vínculos mentais dom a Espiritualidade, e a idéia de sua própria sobrevivência constantemente o influência em suas decisões.

Em ser médium, o médium só tem a lucrar, desde, é claro, que mão utilize as suas faculdades espirituais para a sua satisfação material - sim, porquanto existem medianeiros que subordinam os interesses da mediunidade que são eternos, aos de natureza temporária. Companheiros que, por desconhecerem a ética que impera na mediunidade, permitam uma companhia espiritual saudável por espíritos interesseiros e levianos.

A mediunidade, por assim dizer, é um terreno que será ocupado - no espaço psíquico do medianeiro - por espíritos que lhe reclamarão a posse para o Bem ou para o Mal.

A proteção espiritual destinada aos médiuns, na supervisão de suas atividades, atua com base na sinceridade dos seus propósitos; medianeiros que atraiam a influência dos espíritos ignorantes, não oferecerão sintonia aos que, por seu intermédio, desejam desenvolver um trabalho sério e de conseqüências benéficas para a Humanidade.

Sem o que chamaríamos de moral mediúnica, a mediunidade jamais será exercida de modo responsável.

Carlos Baccelli pelo Espírito Odilon Fernandes do livro "Conversando com os Médiuns"

sexta-feira, 10 de maio de 2024

Quem lê, atenda

"Quem lê, atenda." - Jesus. (MATEUS, 24:15.)

Assim como as criaturas, em geral, converteram as produções sagradas da Terra
em objeto de perversão dos sentidos, movimento análogo se verifica no mundo, com
referência aos frutos do pensamento.

Freqüentemente as mais santas leituras são tomadas à conta de tempero emotivo,
destinado às sensações renovadas que condigam com o recreio pernicioso ou com a
indiferença pelas obrigações mais justas.

Raríssimos são os leitores que buscam a realidade da vida.

O próprio Evangelho tem sido para os imprevidentes e levianos vasto campo de
observações pouco dignas.

Quantos olhos passam por ele, apressados e inquietos, anotando deficiências da
letra ou catalogando possíveis equívocos, a fim de espalharem sensacionalismo e
perturbação? Alinham, com avidez, as contradições aparentes e tocam a malbaratar, com enorme desprezo pelo trabalho alheio, as plantas tenras e dadivosas da fé renovadora.

A recomendação de Jesus, no entanto, é infinitamente expressiva.

É razoável que a leitura do homem ignorante e animalizado represente conjunto de
ignominiosas brincadeiras, mas o espírito de religiosidade precisa penetrar a leitura séria,
com real atitude de elevação.

O problema do discípulo do Evangelho não é o de ler para alcançar novidades
emotivas ou conhecer a Escritura para transformá-la em arena de esgrima intelectual, mas, o de ler para atender a Deus, cumprindo-lhe a Divina Vontade.

Do livro Vinha de Luz, médium Francisco Cândido Xavier

quinta-feira, 9 de maio de 2024

Mediunidade na História

Alguns fatos que evidenciam a presença do Plano Invisível na História:
  • Moisés, mediante fenômeno de combustibilidade, recebe do Alto a Tábua dos Dez Mandamentos - manifestação de uma vontade superior visando o despertamento moral dos povos;
  • Sócrates, constantemente orientado pelo Guia espiritual, revela-se precursor do Cristianismo. "Desde a minha infância, graças ao favor celeste, sou seguido por um Ser quase divino, cuja voz me impele a esta ou aquela ação".
  • Paulo de Tarso, às portas de Damasco, tem a visão do Nazareno em perfeita configuração luminosa, convertendo-se desse modo em apóstolo e medianeiro do Mestre;
  • Os Oráculos eram núcleos de intercâmbio medianímico, onde trabalhavam sibilas, pítons e pitonisas. Gente de todas as classes sociais, inclusive autoridades públicas, visitavam esses lugares, recebendo orientações as mais diversas;
  • César, o grande imperador romano, esteve com a pitonisa Spurina, informando-se que algo muito grave aconteceria na sua vida. Na data prevista, 15 de Março, segue para o Senado e lá recebe 23 punhaladas;
  • Joana D’Arc, heroína francesa, orientada pelas "vozes do Céu", assume a missão de libertar sua pátria do jugo inglês. Perseguida como herege, submete-se ao sacrifício inquisitorial, mas, no momento extremo, ainda afirma ouvir os espíritos;
  • Rainha Vitória, a soberana que mais tempo permaneceu no Poder inglês, passou 30 anos mantendo diálogos com seu ex-esposo Alberto, através do médium John Brown. As grandes decisões do seu governo tiveram a participação direta d Espírito;
  • Catarina da Rússia é chamada às pressas para ver o seu sósia fantasma -, uma entidade materializada que se demorava no trono da Rainha, sendo cercada pela guarda do Palácio. Alvejado por dois tiros de fuzil desfez-se sem deixar sinal de sua presença;
  • Abraham Lincoln, presidente americano, realizava sessões espíritas na Casa Branca. Ele mesmo era dotado de faculdade mediúnica, chegando ao ponto de antever a sua morte ocorrida no dia 15 de abril de 1865;
  • Harriet Beecher Stowe psicografou o conhecido livro "A cabana do pai Tomás". "Este livro não foi escrito por mim. Não fiz outra coisa senão tomar nota do que me diziam";
  • Dom Bosco, em Turim, no ano de 1883, sonha com o berço da Nova Civilização do III Milênio, que deveria surgir entre os paralelos 15 e 20 do hemisfério; após 60 anos, no local e época previstos JK constrói Brasília.
Um sem número de fatos ainda poderíamos citar. São realidades trazidas ao conhecimento público pela imprensa leiga, isto é, pelos veículos normais de comunicação.

Fonte Revista Espírita Allan Kardec, ano III, Nº 9

Céu, Inferno, Purgatório e Paraíso Perdido


Um excelente material de estudo sobre o céu, Inferno, purgatório e o paraíso perdido.

1. CÉU
  • DEFINIÇÃO: espaço ilimitado e indefinido onde se movem os astros; espaço acima de nossas cabeças. Vem do latim coelum, formada do grego coilos, côncavo, porque o céu parece uma imensa concavidade.

  • SEGUNDO A RELIGIÃO: região para onde, de acordo com as crenças religiosas, vão as almas dos justos. (lugar circunscrito).

  • SEGUNDO O ESPIRITISMO: a palavra céu indica o espaço universal; são os planetas, as estrelas e todos os mundos superiores em que os Espíritos gozam de todas as suas faculdades, sem as tribulações da vida material nem as angústias inerentes à inferioridade.

  • SEGUNDO A CIÊNCIA: a idéia que fazemos do Céu é fruto da concepção grega e babilônica (imutável, calmo, vida eterna). Copérnico, no Século XVI, quebra a tradição milenar e coloca o Sol no centro do Universo. Com isto a Terra entrou no Céu. Mais tarde, Galileu, com a descoberta do telescópio, corrobora tal afirmação. A Ciência parecia ir contra a Bíblia; mas a Bíblia ensina como ir ao Céu, não como ele foi feito.
2. INFERNO
  • CONCEITO PAGÃO: o conhecimento do Inferno pagão nos é fornecido quase exclusivamente pela narrativa dos poetas. Citam-se Homero, Virgílio e Dante Alighiere. Dante Alighiere, por exemplo, na sua "Divina Comédia" descreve os aspectos lúgubres dos lugares, preocupando-se em realçar o gênero de sofrimento dos culpados.(1) cap. IV

  • NA MITOLOGIA: lugar subterrâneo, onde estão as almas dos mortos.

  • SEGUNDO O CRISTIANISMO: lugar ou situação pessoal em que se encontram os que morreram em estado de pecado. O Inferno perpetuado pela religião cristã dogmática foi elevado a um lugar de maiores suplícios do que aquele dos pagãos (caldeiras ferventes, tonéis de óleo, rochedo em brasa etc.).(1) cap. IV

  • PARA O ESPIRITISMO: Céu e Inferno são figuras de linguagem e não lugares circunscritos. O Inferno não é lugar materializado (fogo, tridentes etc.), mas “uma vida de provas extremamente penosas” (revezes, doenças, dificuldades etc.), com a incerteza de melhoria.(2) perg. 1014a
3. PURGATÓRIO
  • PROVENIENTE DE PURGAR: tornar puro, purificar, limpar.

  • PARA O CRISTIANISMO: lugar de purificação das almas dos justos, antes de admitidos na bem-aventurança. P. ext. qualquer lugar onde se sofre por algum tempo. O Evangelho não faz menção alguma do purgatório, que só foi admitido pela Igreja no ano de 593, como dogma: era o lugar menos doloroso para as almas, bastando preces ditas ou encomendadas (orações pagas), para que o interessado não fosse ao fogo, mas ao Céu. Isto deu origem à venda de indulgência, ou seja, a remissão do pecado pelo pagamento de uma determinada quantia em dinheiro. (1) cap. V

  • SEGUNDO O ESPIRITISMO: entende-se como sofrimento físico e moral. É o tempo de expiação. Na Terra, como encarnado, o homem expia suas faltas, submetendo-se às provas e fazendo suas reparações. Não é, portanto, um lugar definido, fora da vida encarnada, mas o estado dos Espíritos imperfeitos que estão em busca do aperfeiçoamento moral e intelectual. (2) perg. 1013
4. DOUTRINA DAS PENAS ETERNAS
  • SEGUNDO O CRISTIANISMO: conseqüência da concepção do Inferno material. Principal argumento invocado a seu favor: "é doutrina sancionada entre os homens que a gravidade da ofensa é proporcionada à qualidade do ofendido. O crime de lesa-majestade, por exemplo, o atentado à pessoa de um soberano, sendo considerado mais grave do que o fora em relação a qualquer súdito, é, por isso mesmo, mais severamente punido. E sendo Deus muito mais que um soberano, pois é Infinito, deve ser infinita a ofensa a Ele, como infinito o respectivo castigo, isto é, eterno". (1) cap. VI item 10

  • SEGUNDO O ESPIRITISMO: o prazo da expiação está subordinado ao melhoramento do culpado. Dos trinta e três itens do código da vida futura segundo o Espiritismo, resumem-se em: arrependimento, expiação e reparação, ou seja, apagar os traços de uma falta e suas conseqüências. (1) cap. VII, pág. 93
5. PECADO ORIGINAL
  • SEGUNDO O CRISTIANISMO: Deus criou Adão e Eva que teriam ofendido a Deus por quererem assemelhar-se-lhe. É o pecado original, uma ofensa proporcional à grandeza do ofendido. Infinita, portanto. Por isso merecem castigo que se estendeu a toda sua descendência. Mas, infinitamente misericordioso que Ele é, Deus, na pessoa do Filho, Jesus, fez-se homem a fim de sofrer ele próprio a dor do resgate e, com isto, redimir a humanidade e proporcionar-lhe a salvação. Confunde-se Jesus com Deus. Cria-se, também, o ritual do batismo. (3) pág. 33

  • SEGUNDO O ESPIRITISMO: para o Espiritismo o pecado original não existe. Contudo, a respeito do batismo, o Espírito Emmanuel, na pergunta 298 do livro O Consolador, comenta que o espiritista deve entender o batismo como o apelo do seu coração ao Pai de misericórdia para a cristianização dos filhos , no apostolado do trabalho e da dedicação.
6. PERDA DO PARAÍSO
  • RELATO BÍBLICO: Adão e Eva comem o fruto proibido, em virtude da tentação de Eva, pela serpente. São expulsos do paraíso.

  • SEGUNDO O ESPIRITISMO: o paraíso terrestre, cujos vestígios tem sido inutilmente procurados na Terra, era, por conseguinte, a figura dum mundo ditoso, onde vivera Adão, ou, antes, a raça dos Espíritos que ele personifica. Para o Espiritismo os anjos decaídos e a perda do paraíso estão presos à progressão dos mundos. Os mundos progridem, fisicamente, pela elaboração da matéria e, moralmente, pela purificação dos Espíritos que os habitam. Logo que um mundo tem chegado a um de seus períodos de transformação, a fim de ascender na hierarquia dos mundos, operam-se mutações na sua população encarnada e desencarnada. É quando se dão as grandes emigrações e imigrações. (4) item 43
7. SISTEMA DE CAPELA
  • CAPELA: uma grande estrela da Constelação de Cocheiro, que recebeu, na Terra, o nome de Cabra ou Capela. Sua luz gasta cerca de 42 anos para chegar à face da Terra. Quase todos os mundos que lhe são dependentes já se purificaram física e moralmente. Há muitos milênios, um dos orbes de Capela, que guarda muitas afinidades com o globo terrestre, atingira a culminância de um dos seus extraordinários ciclos evolutivos. Alguns Espíritos que não acompanharam essa evolução, foram, sob a anuência de Jesus, recambiados para o nosso Planeta, dando origem às RAÇAS ADÂMICAS.
8. AS RAÇAS ADÂMICAS
  • GRUPO DOS ARIAS: dele descende a maioria dos povos brancos da família indo-européia.

  • CIVILIZAÇÃO DO EGITO: foram os que mais se destacaram na prática do Bem e no culto da Verdade.

  • POVO DE ISRAEL: a raça mais forte e mais homogênea, mostrando inalterados os seus caracteres através de todas as mutações.

  • CASTAS DA ÍNDIA: foram os primeiros a formar os pródomos de uma sociedade organizada, cujos núcleos representariam a grande percentagem de ascendentes das coletividades do porvir. (5) cap. III
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

(1) KARDEC, A. O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina Segundo o Espiritismo. 22.ed., Rio de Janeiro, FEB, 1975.
(2) KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. São Paulo, FEESP, 1972.
(3) CURTI, R. Cristianismo (de Jesus a Kardec). São Paulo, FEESP.
(4) KARDEC, A. A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. 17.ed., Rio de Janeiro, FEB, 1975.
(5) XAVIER, F. C. A Caminho da Luz (História da Civilização à Luz do Espiritismo). Rio de Janeiro, FEB, 1972.

Fonte Centro Espírita Ismael

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Vinte e seis maneiras de identificar se uma comunicação provém de um bom espírito


Seja você espírita ou não, provavelmente, já se viu em determinada situação em que alguém lhe transmitiu alguma "mensagem", recebida por algum médium, adivinho ou "sensitivo", tendo você como especial destinatário. É muito provável, também, você conhecer pessoas que andam consultando e recebendo instruções de espíritos por aí, na intenção de obter soluções rápidas para seus problemas ou aflições. Há também o caso daquele seu vizinho que "recebe" tal e qual entidade e "trabalha" em casa mesmo.

Pois bem, você deve ter ficado em dúvida, sem saber discernir o conteúdo dessas mensagens. Teria sido proveniente de um espírito mesmo? Ou então, no mínimo, teria esse espírito uma índole moral superior capaz de merecer a sua confiança?

Levando ainda essa questão para o campo estritamente psíquico, da influenciação espiritual, a que todos estamos sujeitos e que ocorre inconscientemente, na rotina de nossas vidas, podemos observar a natureza de nossas próprias cogitações mentais. O que estamos cogitando? Seja o que for, será algo digno de alguém preocupado com a auto-educação espiritual?

Respostas para dúvidas mediúnicas estão na obra de Allan Kardec

O codificador do espiritismo, Allan Kardec, em sua obra O Livro dos Médiuns, deixou tudo isso muito bem claro e, para os estudiosos da doutrina, o que falamos aqui não é nenhuma novidade. Mas, para quem está chegando agora e para os que se interessam em recapitular o aprendido, aqui vão 26 maneiras de identificar se uma comunicação é proveniente de um espírito superior ou não:
  1. Não há outro critério para discernir o valor dos espíritos senão o bom-senso.
  2. Conhecemos os espíritos pela sua linguagem e pelos seus conselhos, ou seja, pelos sentimentos que inspiram e os conselhos que dão.
  3. Uma vez admitido que os bons espíritos não podem dizer e fazer senão o bem, tudo o que for mau não pode provir de um bom espírito.
  4. A linguagem dos espíritos superiores é sempre digna, nobre e elevada, sem mistura de trivialidades. Dizem tudo com simplicidade e modéstia, não se gabam jamais, não exibem seu saber nem a sua posição entre os outros. A linguagem dos espíritos inferiores ou vulgares tem sempre algum reflexo das paixões humanas. Toda expressão que indique baixeza, presunção, arrogância, fanfarrice, acrimônia, é indício característico de inferioridade, ou de fraude se o espírito se apresenta sob um nome respeitável e venerado.
  5. Não é pela forma material e nem pela correção do estilo que se julga um espírito mas, sim, sondando-lhe o íntimo, esquadrinhando suas palavras, pesando-as friamente, maduramente e sem prevenção. Todo desvio de lógica, razão e de sabedoria, não pode deixar dúvida quanto à sua origem, qualquer que seja o nome com o qual se vista a entidade espiritual comunicante.
  6. A linguagem dos espíritos elevados é sempre idêntica, senão quanto à forma, pelo menos quanto ao fundo. Não são contraditórios.
  7. Os bons espíritos não dizem senão o que sabem, calam-se ou confessam sua ignorância sobre o que não sabem. Os maus falam de tudo com segurança, sem se preocuparem com a verdade. Toda heresia científica notória, todo princípio que choque o bom-senso, mostra a fraude se o espírito se diz esclarecido.
  8. É fácil reconhecer os espíritos levianos pela facilidade com que predizem o futuro e precisam fatos materiais que não nos é dado conhecer. Os bons espíritos podem fazer pressentir as coisas futuras quando esse conhecimento for útil, mas não precisam jamais as datas: todo anúncio de acontecimento com época fixada é indício de uma mistificação.
  9. Os espíritos elevados se exprimem de maneira simples, sem prolixidade. Seu estilo é conciso, sem excluir a poesia de idéias, de expressões sempre inteligíveis e ao alcance de todos, sem exigir esforço para ser compreendido. Têm a arte de dizerem muitas coisas com poucas palavras, porque cada palavra tem sua importância. Os espíritos inferiores, ou falsos sábios, escondem sob a presunção e ênfase o vazio dos pensamentos. Sua linguagem, freqüentemente, é pretensiosa, ridícula, ou obscura à força de querer parecer profunda. Mas não é.
  10. Os bons espíritos jamais ordenam: não se impõem, aconselham e, se não são escutados, se retiram. Os maus são imperiosos, dão ordens, querem ser obedecidos e permanecem mesmo assim. Todo espírito que se impõe, trai sua origem. São exclusivos e absolutos em suas opiniões, e pretender ter, só eles, o privilégio da verdade. Exigem uma crença cega e não apelam à razão, porque sabem que a razão os desmascariam.
  11. Os bons espíritos não lisonjeiam. Aprovam quando se faz o bem, mas sempre com reservas. Os maus dão elogios exagerados, estimulam o orgulho e a vaidade, pregando a humildade, e procuram exaltar a importância pessoal daqueles a quem desejam captar.
  12. Os espíritos superiores estão acima das puerilidades da forma e em todas as coisas. Só os espíritos vulgares podem dar importância a detalhes mesquinhos, incompatíveis com as idéias verdadeiramente elevadas. Toda prescrição meticulosa é um sinal certo de inferioridade e de fraude da parte de um espírito que toma um nome importante.
  13. Desconfie dos nomes bizarros e ridículos que tomam certos espíritos que querem se impor à credulidade. Seria soberanamente absurdo tomar esses nomes a sério.
  14. Desconfie também dos espíritos que se apresentam muito facilmente com nomes extremamente venerados e não aceite suas palavras senão com a maior reserva. Neste caso é necessário um controle severo e indispensável, porque, freqüentemente, é uma máscara que tomam para fazer crer em pretendidas relações íntimas com os espíritos excepcionais. Por esse meio afagam a vaidade do médium e dela se aproveitam para induzi-lo, constantemente, a diligências lamentáveis ou ridículas.
  15. Os bons espíritos são muito escrupulosos sobre as atitudes que podem aconselhar. Em todos os casos, não aconselham jamais se não houver um objetivo sério eminentemente útil. Deve-se considerar como suspeitas todas as que não tiverem esse caráter, ou não estiverem de acordo com a razão. É ainda necessário refletir maduramente todo conselho recebido para não correr o risco de expor-se a mistificações desagradáveis.
  16. Os bons espíritos podem também serem reconhecidos pela sua prudente reserva sobre todas as coisas que podem comprometer. Repugna-lhes revelar o mal. Os espíritos levianos ou malévolos se comprazem em faze-lo realçar. Enquanto que os bons procuram suavizar os erros e pregam a indulgência, os maus os exageram e sopram a cizânia por meio de insinuações pérfidas.
  17. Os bons espíritos prescrevem unicamente o bem. Toda máxima, todo conselho que não esteja estritamente conforme a pura caridade evangélica, não pode ser obra dos bons espíritos.
  18. Os bons espíritos não aconselham jamais senão coisas perfeitamente racionais. Toda recomendação que se afaste da reta linha do bom-senso ou das leis imutáveis da natureza, acusa um espírito limitado e, por conseqüência, pouco digno de confiança.
  19. Os espíritos maus ou simplesmente imperfeitos se traem ainda por sinais materiais ante os quais a ninguém poderiam enganar. Sua ação sobre o médium é algumas vezes violenta, nele provocando movimentos bruscos e sacudidos, uma agitação febril e convulsiva, que se choca com a calma e a doçura dos bons espíritos.
  20. Os espíritos imperfeitos, freqüentemente, aproveitam os meios de comunicação de que dispõem para dar pérfidos conselhos. Excitam a desconfiança e animosidade contra aqueles que lhe são antipáticos, os que podem desmascarar suas imposturas são, sobretudo, o objeto de sua repreensão. Os homens fracos são seu alvo para os induzir ao mal. Empregando, sucessivamente, os sofismas, os sarcasmos, as injúrias e até sinais materiais de seu poder oculto para melhor convencer, procuram desviá-los da senda da verdade.
  21. O espírito de homens que tiveram, na Terra, uma preocupação única, material ou moral, se não estão libertos da influência da matéria, estão ainda sob o império das idéias terrestres, e carregam consigo uma parte de preconceitos, de predileções e mesmo de manias que tinham neste mundo. O que é fácil de se reconhecer pela sua linguagem.
  22. Os conhecimentos com os quais certos espíritos se adornam, com uma espécie de ostentação, não são um sinal de sua superioridade. A inalterável pureza dos sentimentos morais é, a esse respeito, a verdadeira prova de sua superioridade moral.
  23. Não basta interrogar um espírito para conhecer a verdade. É preciso, antes de tudo, saber a quem se dirige, porque os espíritos inferiores, ignorantes eles mesmos, tratam com frivolidade as questões mais sérias. Também não basta que um espírito tenha tido um grande nome na Terra, para ter, no mundo espírita, a soberana ciência. Só a virtude pode, em purificando-o, aproximá-lo de Deus e desenvolver seus conhecimentos.
  24. Da parte dos espíritos superiores, o gracejo, freqüentemente, é fino e picante, mas jamais é trivial. Entre os espíritos gracejadores que não são grosseiros, a sátira mordaz é sempre muito oportuna.
  25. Estudando-se com cuidado o caráter dos espíritos que se apresentam, sobretudo do ponto de vista moral, se reconhece sua natureza e o grau de confiança que se lhe pode conceder. O bom-senso não poderia enganar.
  26. Para julgar os espíritos, como para julgar os homens, é preciso saber primeiro julgar a si mesmo. Infelizmente, há muitas pessoas que tomam sua opinião pessoal por medida exclusiva do bom e do mau, do verdadeiro e do falso. Tudo o que contradiga sua maneira de ver, suas idéias, o sistema que conceberam ou adotaram, é mau aos seus olhos. A tais pessoas, evidentemente, falta a primeira qualidade para uma justa apreciação: a retidão do julgamento. Mas disso não suspeitam. É o defeito sobre o qual mais nos iludimos.
Acreditamos que tendo essas considerações em mente, fica bem mais fácil discernirmos a qualidade de nossos próprios pensamentos e também nos precavermos de tanta charlatanice que anda deturpando a essência esclarecedora do espiritismo por aí.

Fonte Centro de Estudos Espíritas Paulo Apóstolo - Ceepa, Mirassol - SP

A necessidade da piedade

“Queridos irmãos, que a paz de Jesus seja entre vós. Tenham a clareza da alma e a certeza do que vos conduz na vida de maneira mais justa e segura. Busqueis o verdadeiro entendimento, pois assim, conhecereis o caminho que vos levará à verdadeira condição de homens bons. Todo aquele que procura libertar-se das próprias imperfeições tem de estar munido de sentimentos verdadeiros e ter a boa vontade, pois a luta é árdua e sabeis que os vossos maiores inimigos são as vossas más inclinações.

Os defeitos que o homem carrega consigo há séculos, os conduz a caminhos tortuosos nos quais encontra sofrimento e decepção e esta condição de atraso cega ainda mais a humanidade e aumenta a distancia das coisas divinas. Houve, até hoje, um grande desenvolvimento intelectual em vosso mundo e evidentemente este progresso é necessário ao homem e acaba por facilitar a vida terrena, de um modo geral. Se o homem usasse a inteligência que conseguiu desenvolver durante todo este tempo e agisse de forma racional, refletindo a respeito das leis que regem a vida de todos vós, certamente veria o quão ainda falta para compreender.

Vós que sois trabalhadores da seara do Cristo, deveis mostrar qual o caminho a seguir, dando testemunho do entendimento que tendes da vida e o compromisso com a Verdade, mostrando àqueles que sofrem e não conseguem ver a luz, que o caminho é único e que todo aquele que abre verdadeiramente o coração, consegue enxergar a luz e se conduzir de maneira mais segura perante a vida.

Não vos deixeis levar pelas falsas idéias, ao contrário, firmai-vos a cada dia na Verdade que o Evangelho vos traz e segui confiantes, mesmo que com isto desafieis os homens, provocando neles a ira e a incompreensão, pois sabeis, que todo aquele que vive do mundo ao mundo pertence. Alimenteis vossa alma com o conhecimento e ensinamentos do Cristo. Ele vos trouxe a água que sacia a sede.

Agi de maneira fraterna para com vossos irmãos. Lembrai-vos do Mestre que vos pediu para que amassem uns aos outros, porque com Sua sabedoria já compreendia que o amor é o caminho que vos leva ao Pai. Portanto, abrandai vossos corações e cultiveis este sentimento que eleva a alma e vos coloca acima das vicissitudes da vida e da incompreensão dos homens. Que o espírito de luta e trabalho esteja sempre em vós. Que assim seja”.- Antonio

Pelo Espírito: Antonio
Grupo Espírita Bezerra de Menezes
São José do Rio Preto - SP
Data: 03.08.2001

terça-feira, 7 de maio de 2024

Corpo e Perispírito - Fluidos, Parte 2

Por Carlos Toledo Rizzini

4. Possui o Espírito, encarnado ou não, uma atmosfera fluídica que irradia em torno do corpo, dita aura. A transfiguração de Jesus foi uma irradiação perispirítica, com grande aumento da aura. O perispírito de uma pessoa pode emitir emanações fluídicas mais fortes e orientadas numa dada direção se ela o quiser, se aplicar sua vontade a isso. Dirigindo, com as mãos, sobre outrem seus fluidos, com a intenção de beneficiar, realiza o que se chama passe. As emanações perispirituais têm influência sobre os outros; se enviam fluidos bons, são salutares; se veiculam fluidos escuros, procedentes de mentes perturbadas e de intenções menos dignas, são perniciosas. As pessoas sensíveis sentem logo uma impressão penosa à aproximação de um espírito mal-intencionado ou desequilibrado. Os pensamentos elevados e as palavras limpas, aliados a um corpo sadio, são indispensáveis ao passista.

Os fluidos detêm apreciável poder curativo. A imposição das mãos é um método clássico de tratamento rápido. Vimos antes que o sábio médico Mesmer (2.6) introduziu tal método na época moderna, chamando de magnetismo animal a propriedade curativa do homem decorrente das suas emanações fluídicas aplicadas a outros. Tanto o fluido do homem tem ação magnética e cura, quanto o fluido do Espírito; geralmente, porém, os espíritos espontaneamente cedem seus fluidos ao passista humano, combinando os dois tipos e reforçando a ação, que a prece intensifica mais ainda. Muitas vezes, o passe não objetiva uma cura que razões espirituais (ligadas a débitos) não permitiriam; serve, no comum dos casos, para descarregar fluidos deletérios que o sujeito absorveu ou fabricou no contato com os demais e para fortalecer disposições mentais e estruturas orgânicas menos firmes. Leiam-se: André Luiz (Missionários da Luz e Nos Domínios da Mediunidade), A. e O. Worrall (O Dom de Curar, Ed. Pensamento), W. de Toledo (Passes e Curas Espirituais, E. Pensamento) e E. Armond (Passes e Radiações, Aliança E. Evangélica).

5. Os fluidos humanos e animais atuam também sobre as plantas. Busquemos entender como, a lógica do processo.

Sabemos, hoje, que os mecanismos da vida são precisamente os mesmos em todos os seres, sejam animais ou vegetais: constituição celular, princípios genéticos básicos, fatores e processos evolutivos, reprodução sexuada, síntese de proteínas e de enzimas, digestão, respiração e até o funcionamento nervoso na intimidade dos tecidos; atinge-se um nível no qual mesmo certos interferons (que são proteínas) humanos protegem células vegetais contra infecções por determinados vírus! Qualquer conjunto de células vegetais, sendo tocado exteriormente, ou seja, estimulado, recebe um pouco de energia e torna-se excitado - tal qual um tecido animal o faria. Semelhante excitação propagar-se-á para longe do ponto inicial e poderá ser detectada por meio de uma reação que o estímulo desencadeou; esta reação ou será motora (mediante órgãos móveis) ou elétrica (que ocorre em todos os tecidos e órgãos). Como as plantas, em geral, são imóveis, a verificação da excitação faz-se mediante a resposta elétrica, com um aparelho próprio e mui sensível (galvanômetro, que pode ser conectado a outros, fazendo-o inscrever sobre papel, por meio de uma agulha com tinta, a modificação que ele assinalar na intensidade elétrica) .

Se examinarmos a resposta consistente no dobramento de um pêlo glandular (comuníssimo no reino vegetal), medindo os impulsos elétricos que descem ao longo dele quando tocado, veremos que o movimento do pêlo decorre de súbitas alterações no potencial elétrico que atravessa as paredes celulares - alterações essas idênticas ao impulso nervoso que corre através de prolongamentos das células nervosas. O mecanismo, na intimidade, é semelhante nos dois tipos de seres vivos.

Agora, outro lado da questão. Uma planta possui também um corpo fluídico. Ligada a um aparelho registrador (acima mencionado) suficientemente sensível, exibirá respostas (ou reações) a pensamentos, emoções e mesmo intenções de um ser humano - e muito particularmente à morte de qualquer animal, por mais insignificante que seja (e até a células vivas isoladas, por exemplo, raspadas da face interna da boca). Vejam bem: respostas ou reações, pois ela é desprovida de sensações e de percepções por lhe faltarem os respectivos órgãos dos sentidos. Ainda assim, um vegetal mostra patente sensibilidade que é uma faculdade do corpo espiritual (ou organismo bioplasmático) - sensibilidade no sentido de capacidade de reagir a certos estímulos. O que não havia até uns 20 anos atrás era o aparelho adequado para revelá-la, mas Emmanuel, A. Luiz e A Grande Síntese já mencionavam tal propriedade, sem falar no cientista J. C. Bose, entre nós pouco conhecido. Cf. no jornal Desobsessão, RS, 388: 6-12-1980, um extenso estudo sobre a questão aqui analisada, caso queira ampliar os seus horizontes intelectuais.

O que um homem e um animal enviam a uma planta são fluidos (matéria sutil emanada dos respectivos perispíritos) Estados mentais e emocionais mais intensos (uma crise de ódio, raiva, um sentimento mais afetuoso, um prazer forte, a morte violenta, etc.) fazem escapar cargas fluídicas mais energéticas ou mais densas ou mais leves, escuras, etc. Suponha um indivíduo que queira queimar uma folha ou que pretenda matar alguns peixes; tal disparará certa qualidade vibratória de fluidos, diferente das suas emissões habituais. O vegetal reage a tais fluxos fluídicos quando é atingido por eles; o seu psicossoma é primitivo, mas não inerte. E o que o aparelho registra: a reação pela diferença de potencial elétrico; a planta não quedou indiferente - mas também não viu nem sentiu" dor pelo que houve--- A conclusão é que em a natureza tudo se encadeia, conforme afiança repetidas vezes O Livro dos Espíritos e que existe nela uma forma primária de comunicação instantânea entre todos os seres vivos.

André Luiz refere-se (Nosso Lar e Ação e Reação) a fluidos vegetais retirados de certas árvores por atendentes espirituais e aplicados em doentes como remédios eficazes, o que significa que podemos sentir-lhes os efeitos. Certas pessoas, 'dotadas de almas elevadas e poderes psíquicos igualmente avançados, denotam a capacidade de modificar o comportamento de suas plantas cultivadas tão só expressando os seus desejos de que cresçam melhor. Temos notícias de que Edgar Cayce conseguia isso no seu jardim, do qual gostava de cuidar pessoalmente. A eminente médium-vidente e curadora da igreja de Monte Washington (Estados Unidos), Olga Worrall, certa feita, querendo levar algumas cristas-de-galo imaturas a uma exposição de flores, pediu-lhes gentilmente que crescessem mais uns 2 cm até o dia seguinte. Ora, para espanto do esposo, ao nascer o novo dia as inflorescências estavam 25 mm maiores e ela obteve ? primeiro lugar... O pastor (também químico) Franklin Loehr, em numerosos testes usando grande número de seus audientes, empreendeu experiências sobre a ação da prece na aceleração da germinação de sementes, conseguindo 20% de ampliação do fenômeno. Eis o que comenta o ilustrado escritor Hermínio C. Miranda (Anuário Allan Kardec, 1970, p. 15):

"Para nós, espíritas, as notáveis experiências do Dr. Loeher têm o significado de uma confirmação. A planta é um ser vivo que responde ao amor e às vibrações simpáticas emanadas de um espírito bem intencionado."

Ainda pode praticar-se, com sucesso, a oração negativa, desejando que nada cresça.

Não deixa de ser importante transportar para aqui alguns dos vários resultados experimentais registrados na literatura e aceitos como cientificamente válidos. Eles demonstram que os fluidos humanos podem agir, deveras, sobre animais e plantas. Vejamos um exemplo típico de cada, configurando aquilo que a Parapsicologia, sob outro aspecto, chama de psicocinese, ou ação da mente sobre a matéria.

O Coronel Oskar Estebany, antigo oficial do exército húngaro, aos poucos desenvolveu a capacidade de curar pela imposição das mãos; começando com cavalos, foi ampliando o campo de ação para incluir outros animais e até o ser humano. Tornou-se conhecido graças à faculdade citada. Reformado, mudou-se para o Canadá. Acreditava veementemente em seus poderes e aceitou o convite para participar de experiências científicas, feito pelo Dr. Bernard Grad, bioquímico do Allan Memorial Institute of McGill University. O Dr. Grad queria comprovar mediante testes seguros, em laboratório, se era possível influenciar seres vivos sem contato.

Em 1960, tiveram início os experimentos com camundongos. Destes, pequeno retalho de pele era retirado do dorso. Foram, depois, distribuídos em três grupos: 1) animais sobre cuja gaiola o Coronel Estebany simplesmente colocava a mão espalmada por cima, do lado de fora; 2) animais tratados da mesma maneira por uma pessoa sem dotes curativos; 3) animais que não receberam nenhuma imposição de mão. Isto durante alguns dias apenas. Em duas séries de tais ensaios, evidenciou-se que os camundongos tratados pelo oficial curaram-se significativamente mais depressa.

Daí por diante, B. Grad passou a investigar o processo germinativo. Em numerosos testes, sementes de centeio embebidas em água cujas garrafas o Coronel segurara entre as mãos foram comparadas com outras tantas embebidas em água não tratada. As pessoas que realizaram as contagens e medições das plântulas ignoravam quais delas tinham recebido a água influenciada por O. Estebany. Os achados confirmaram as experiências mencionadas anteriormente: houve crescimento significativamente mais rápido das plantinhas germinadas na água fluidificada pelo referido curador militar (1965).

Muitos outros experimentos científicos foram levados a cabo com o mesmo, inclusive para acelerar reações químicas e aumentar a hemoglobina no sangue. Na França, um biólogo queria o contrário: retardar o crescimento de certo fungo cultivado no seu laboratório; três indivíduos deram conta do recado, cada um por sua conta (acima mencionei a oração negativa para vegetais). Na Islândia, o já citado Haraldsson verificou que sensitivos podem apressar a multiplicação da levedura em tubo de ensaio...

Fonte Evolução para o Terceiro Milênio - Edicel

A Origem da Umbanda


Os primeiros cultos começaram a se difundir por volta de 1763. Com a designação de macumba experimentaram certo período de resplendor que se apagou no inicio deste século. Debilitaram-se com as concessões feitas as tradições culturais de Angola. Assim é que passaram a adotar danças semi-religiosas (gongo e o caxaruin) e o culto dos mortos.
A adesão de novos brasileiros fortaleceu a absorção de elementos nacionais, desenvolvendo-se, assim, praticas espiritistas e ocultistas ao lado de novas divindades caboclas e negras. O processo sincrético que deu origem a Umbanda desenvolveu-se em etapas históricas:

· Primeira: Africana ou básica - resultado da sedimentação de contribuições árabes, egípcias, semíticas, etc., formando os cultos básicos das nações que nos forneceram escravos.

· Segunda: Indígena - os negros que se embrenhavam nas matas, principalmente os de origem banto identificam-se com o que havia de, semelhante nos cultos dos indígenas.

· Terceiro: Européia ou católica - os negros e índios, incapazes de assimilar a religião católica que lhes era imposta pelos padres, fizeram-no imperfeita ou parcialmente no que havia de correspondência - com suas divindades tradicionais.

· Quarta: Espiritista - após a libertação dos escravos vemos a integração do seu culto ao culto espiritista que se difundia entre as elites brasileiras desde 1873. Dai começa, então a se formar um novo culto, que se distancia dos candomblés da Bahia.

A nova religião que se derivou deste processo sincrético obteve varias denominações. Em Angola, dava-se o nome de Mbanda ao sacerdote, e ao invocador de espíritos, Ki-Mbanda. Desta forma, em principio, Umbanda queria dizer sacerdote; depois, por extensão, passou a designar, "local de culto", e, finalmente, para nós, brasileiros, a religião. Já em 1894, através da palavra de Hely Chanterlain encontramos o registro dos termos com o seu significado e derivação.

Partindo dai, a macumba-mista do Rio de Janeiro, produto sincrético de praticas espíritas, culto dos orixás e magia européia, foi aos poucos tendendo para a denominação de Umbanda. Para Edson Carneiro existe uma diferença básica entre a Umbanda e a Macumba, e ambas sobrevivem lado a lado. "As confrarias, chamadas a principio macumbas, compreendiam a linguagem mágica dos tambores e a possessão da divindade de acordo com o modelo original - e por isso se viram expulsas do perímetro urbano carioca; as sucessoras, ou aquelas que se adaptaram as novas exigências policiais, passaram a chamar-se Umbanda, suprimindo os tambores e moderando a possessão".

O primeiro Congresso Umbandista realizou-se no Rio de Janeiro em 1941, visando estruturar uma pratica religiosa, o que já se fazia há mais de trinta anos, desordenadamente. Nele foram delimitados os elementos de cujo sincretismo surgiu a Umbanda nas suas diversas apresentações, já que não ha uma unidade doutrinaria e ritual. E justamente o objetivo de seus órgãos de tentar tal unificação para o maior fortalecimento da religião.

Atualmente a Umbanda surge como um fenômeno social de maior importância, dado seu crescente predomínio. Já conta atualmente, no Grande Rio, com centenas de terreiros adeptos, o que a coloca na situação de religião prevista pelos estudiosos como a que devera predominar daqui a alguns anos.

Apesar da tradição africana, a Umbanda pode ser considerada essencialmente brasileira. Os santos se adaptam ao ambiente. Usa-se uma linguagem direta e compreensível. Os cultos africanos podem servir de modelo no que se refere à comunicação.

Tal adaptação explica o sucesso do crescimento da Umbanda. Alem disso, o crescimento da Umbanda no Grande Rio prende-se, sobretudo, aos anseios populares que encontram nesta religião uma identificação imediata, principalmente nas camadas mais baixas da sociedade. Para isso muito contribui:

a) o ritual, simples e direto. O médium adota a roupagem numa igualdade de condições com o ambiente; '

b) comunicação simples e.direta - o crente fala diretamente com a entidade, através de seu cavalo; sem maiores problemas e com muita simplicidade, o crente trata dos seus assuntos de forma espontânea e clara, numa linguagem de fácil compreensão;

c) o imediatismo - a possibilidade de resolver seus problemas em curto prazo;

d) o sincretismo religioso - o que contribui positivamente para que seja cada vez maior o número de adeptos aos cultos umbandistas. Através dos caboclos, pretos-velhos e exus, observa-se uma integração das religiões, cujos resultados poderão ser benéficos para os que buscam a Umbanda como um acordo extensivo da religião católica, que ainda respeitam e acreditam mas que dela se distanciam cada vez mais;

e) a música, extremamente simples e de poesia singela, atinge diretamente o sentimento do povo. Os instrumentos são de percussão e o ritmo vibrante marca todo o culto;

f) a facilidade de se entrar em contato com a religião, para se fazer à cerimônia religiosa.

Fonte Centro Espírita Casa de Jurema, Texto cedido por Ettiene Sales

segunda-feira, 6 de maio de 2024

Obsessão e Loucura

Sob o ponto de vista Espírita o desequilíbrio das funções cerebrais se traduz pelas duas palavras: Obsessão e Loucura.

Obsessão é o domínio que os maus Espíritos exercem sobre certas pessoas no intuito de submetê-las à sua vontade, pelo simples prazer de fazerem mal, ou exercerem uma vingança.

Loucura é um estado mórbido dos órgãos que se traduz as mais das vezes por uma lesão; é, portanto uma moléstia tísica em sua causa, ainda que seja mental na maior parte dos seus efeitos.

Na obsessão se distingue a sugestão, a fascinação e subjugação - como na loucura se verificam a monomania, a mania, a demência e a idiotismo.

A sugestão é o que chamamos obsessão simples; - o indivíduo conhece uma força estranha que sobre ele atua, procura livrar-se e se tem à força moral precisa para vencer o inimigo, dele se desembaraça com mais ou menos dificuldade.

A fascinação tem conseqüências muito mais graves: o Espírito conduz aquele a quem domina como quem conduz um cego e pode excitá-lo a proceder de modo ridículo, comprometedor e até perigoso.

A subjugação é uma pressão que paralisa a vontade daquele que a sofre, e o faz proceder contra a sua vontade. Acha-se verdadeiramente sob um jugo.

A subjugação pode ser moral ou corporal. No primeiro caso o subjugado é solicitado a tomar determinações absurdas e comprometedoras, que por uma espécie de ilusão julga sensatas: é uma espécie de fascinação em alto grau. No segundo caso o Espírito atua sobre os órgãos materiais e provoca movimentos involuntários.

É bastante se ter assistido uma sessão de Hipnotismo para compreender a cena que invisivelmente se desenrola ante nós e que deixamos desapercebida por não afetar os nossos sentidos materiais.

Assim também o cego de nascença negará a ação hipnótica exercida de um indivíduo a outro.

O hábito mata a sensação: o costume de ver loucos e de não buscar as causas que engendraram a loucura nos faz encarar por um outro prisma os desarranjos mentais que têm encerrado nos manicômios tantos infelizes.

Voltando ao hipnotismo é preciso lembrar que neste também se observa diversas fases ou estado: 1 ° Sugestão; 2° Fascinação; 3° Catalepsia; 4° Estado Sonambúlico; 5° Estado Letárgico; 6° Sonambulismo lúcido; 7° Extático.

A este último sucede o desdobramento da pessoa.

Quem hipnotiza não é o corpo e sim o indivíduo - o ser pensante - o Espírito. Claro está que sendo o homem imortal ele pode continuar a hipnotizar no estado invisível em que se acha, exercendo com mais facilidade o seu império, visto a sua invisibilidade - é o que chamamos obsessão.

Hipnotiza-se um indivíduo violentando-lhe à vontade, aniquilando-lhe a liberdade; é nisto que o hipnotismo se diferencia do magnetismo. A hipnotização de um para , outro homem é uma obsessão intervivos

Hipnotizáveis são, mais ou menos, todas as pessoas e com mais forte razão aquelas que abdicam a liberdade - o livre arbítrio que por Deus lhe foi concedido obedecem cegamente os preconceitos e as imposições que lhes são sugeridas. Donde se pode concluir que é difícil hipnotizar um espírita verdadeiro: um homem que pensa, que raciocina, que discute, que analisa, que compreende, e sabe discernir o bom do mau - a verdade da falsidade.

O espírita médium não se deixa hipnotizar, e quando ele fica mediunizado é que se deixou magnetizar e não hipnotizar, palavras mui distintas e de significação mui diversa.

São raríssimos os casos de obsessão espírita e o testemunho desta verdade tios dá o grande alienista e neuro-patologista dr. Henrique Marselli - professor de clínica mental e nervosa na Universidade de Gênova, quando diz em seu livro:

"É meu dever declarar que deploráveis casos de nevrose "espírita" são muito raros; na minha carreira e entre milhares de doentes, apenas me recordo de quatro ou cinco. Todos as espíritas que melhor conheço me pareceram todos de um caráter equilibrado, duma inteligência cultivada e de uma excelente saúde"

Fonte: Revista Internacional de Espiritismo – Outubro de 1984, Pelo espírito Caírbar Schutel

domingo, 5 de maio de 2024

Corpo e Perispírito - Fluidos

Por Carlos Toledo Rizzini

1. O corpo é o instrumento que o Espírito usa para atuar nos mundos materiais. Precisa portanto, atender às necessidades dele, aos objetivos que ele traz ao encarnar. O corpo é considerado um produto ideoplástico do espírito; logo após a fecundação, o espírito reencarnante une-se, por um cordão fluídico, ao ovo e, por meio dele, influencia automaticamente a formação do embrião e do feto; por isso, o estado de perturbação ou embotamento da consciência não impede que o espírito imprima suas características básicas em o novo ser. Conseqüentemente, o organismo reflete o estado daquele. As doenças físicas, em suma, não passam de distúrbios do perispírito (veja abaixo) transpostos para a carne, que promove o tratamento das imperfeições do espírito em si. Daí deriva a importante função das moléstias na vida do Espírito eterno, assunto estudado posteriormente.

Merece, em vista disso, o corpo material o nosso cuidado. Ele é uma concessão da Bondade Divina, em vista de dificilmente o nosso comportamento torná-lo um direito, por méritos adquiridos. Assim, recebemo-lo ajustado às nossas necessidades evolutivas, porquanto, os mentores da Esfera Superior produzem nele (atuando sobre os cromossomos do ovo) as alterações indicadas para nossa futura melhoria: aqui, uma lesão numa válvula do coração, ali um diabete, acolá um intestino preso ou uma perna curta, etc. De sorte que, além das inferioridades que cada um impõe ao seu corpo por pertencerem ao espírito, pode haver defeitos impostos por necessidades expiatórias.

2. Nos mundos espirituais, o espírito usa, como veículo de manifestação, um corpo especial que, no Espiritismo, se chama perispírito (também dito: corpo astral ou fluídico). No encarnado, ele funciona como intermediário entre o espírito e o organismo, governando a formação e o funcionamento deste, conforme apreciamos acima e, em parte, no n.0 6, onde vimos, também, as provas materiais de sua existência; apreciamos, por exemplo, que nas culturas de tecido (um fragmento de músculo ou de raiz) as células dividem-se sem parar, mantendo-se a vida vegetativa devido ao princípio vital, mas sem orientação por faltar o diretor do crescimento - o perispírito; na regeneração dos animais inferiores, ao contrário, persiste o órgão perispiritual rio local amputado e, por isso, a vida orgânica refaz-se. No corpo humano, processa-se a renovação constante da matéria admitida no metabolismo, sem que a individualidade sofra alteração; é ele quem mantém a unidade das formas e das funções. Provas espirituais de sua realidade são: o desdobramento, pelo qual o indivíduo percebe a si mesmo afastado do corpo, que se acha entorpecido, e pode-se manifestar à distância (sob o nome de bicorporeidade ou bilocação); e as aparições, de variada natureza: o que foi visto pelo inglês em 2.15? O corpo fluídico do nativo morto há pouco. Quando o espírito desliga-se do corpo e o perispírito torna-se visível, costuma receber o nome de duplo ou duplo fluídico; nesse estado, pode conversar, escrever e realizar trabalhos vários (há uma mediunidade de desdobramento).

O perispírito é constituído de matéria, porém, caracterizada por outro estado vibratório. Varia de mundo para mundo. t indestrutível, mas poderá ser lesado e mesmo mutilado, com amplas perdas de substância, em face da persistência na prática do mal; em certos casos, chega a assumir formas animalescas (serpente, lobo, e gr.) - pois é fato notório ser ele sensível (e reagir) ao estado moral do espírito. Se cometermos suicídio com um tiro no peito, o perispírito ficará ferido e ensangüentado por longo tempo; se tomarmos um cáustico, terá uma lesão na faringe; se nos apossarmos do alheio, as mãos ficarão como garras; e assim por diante. Purifica-se e torna-se etéreo conforme o espírito vai progredindo em moralidade. Pensamentos e sentimentos reagem constantemente sobre o corpo fluídico, tornando-o mais denso e sombrio se forem maléficos ou mais leve e luminoso se forem benéficos. Ele emite radiações que variam de natureza e intensidade conforme o estado mental do seu portador; tais emissões são formadas de fluidos. Em síntese, é um verdadeiro arquivo de tudo quanto o sujeito aprendeu, experimentou e assimilou: recordações, conhecimentos acumulados, vidas passadas, etc., têm nele seu registro. E o agente de todas as manifestações da vida - tanto na terrena, para o homem, quanto na espiritual, para o espírito. Os chamados "concomitantes orgânicos" das emoções, como ansiedade, ódio e medo, são sintomas físicos de desarranjos funcionais provenientes de estados de espírito que atingem o corpo através do perispírito; uma pessoa ansiosa pode precisar ir ao banheiro freqüentemente, comer demais, etc. Sua matéria deixa-se modelar pela força do pensamento e, assim, os espíritos podem mudar a aparência se o quiserem, sem alterar, é claro, a natureza íntima, pois, ninguém consegue negar sua posição evolutiva.

Por outras palavras: é o agente da evolução orgânica e espiritual.

Já há uns 50 anos, a existência de um corpo fluídico nos seres vivos recebeu inesperada confirmação da ciência materialista. O técnico em eletricidade Semyon Kirlian, coadjuvado por sua esposa Valentina, na Rússia, construiu uma câmara elétrica de alta freqüência na qual se podem obter fotografias coloridas, de grande beleza, de uma parte imaterial nos animais e plantas. Nesse longo lapso de tempo, físicos e biólogos estudaram profundamente o fenômeno Kirlian que, bem mais tarde, vulgarizou-se no Ocidente. Grande número de curiosos criaram suas próprias máquinas para tirar tais fotos que se caracterizam por um halo luminoso magnífico, composto de miríades de cintilações de variada nuança. Ora, mesmo uma moeda inerte gera um (fraco) halo luminoso em torno de si. Daí, partiu-se para a identificação do fenômeno kirliano com o bem conhecido efeito corona - que é um halo luminoso azulado que se forma em torno dos condutores elétricos expostos ao ar, preocupante para as companhias de eletricidade porque representa certa perda de energia ao longo dos cabos de alta tensão durante o trajeto, que chega a medir centenas de quilômetros.

Entre as fotos de tecidos vivos e as fotos de objetos inanimados há uma diferença acentuada, como acaba de assinalar-se: naquelas, a luz é tremeluzente, mais extensa e de cores diversas; nestas, ela é estreita, uniforme e imóvel. Mais ainda, a vida introduz variações apreciáveis na irradiação; esta diverge conforme o estado de sanidade dos tecidos e até o estado emocional da pessoa. Pensou-se que a diferença relativa a vivo e inerte, bem como as variações na cintilação no primeiro caso, fossem devidas a distintos teores de água nos tecidos orgânicos, mas a idéia não teve curso.

Os próprios físicos russos deram àquela parte revelada pelas fotos kirlianas a designação de corpo de energia, corpo energético ou corpo bioplasmático, que teve mais difusão. Tal energia, afirmam os cientistas, é de natureza desconhecida. Mas, sensata e honestamente, proclamaram: "O homem não é uma simples máquina", contra as concepções básicas do seu governo, a respeito da vida e do mundo. Aí está o nosso antigo e modesto perispírito - -.

3. Fluido é designação genérica de líquidos e gases. Dentro do Espiritismo> porém, a palavra ganhou um sentido especial, designando vários tipos de matéria mais rarefeita do que um gás. Ensinam os Espíritos, e admitem alguns cientistas (como Haeckel), que existe um princípio elementar, uma substância primária, no Universo, de cujas modificações e transformações procedem todos os corpos que conhecemos; é a matéria cósmica ou fluido cósmico universal, de Kardec. O fluido universal apresenta dois estados extremos: um estado de eterização, no qual ele se mostra como os vários tipos de energia que conhecemos (raio X, luz, eletricidade, etc.) e um estado de condensação, no qual vem a ser a nossa matéria densa, tangível. Vimos anteriormente que matéria e energia são estados relativos da substância, podendo-se passar de uma à outra; já não é só a unidade da matéria, mas a unidade da substância. Entre os dois extremos, há numerosos estados intermediários - que correspondem aos chamados fluidos; conquanto imponderáveis e etéreos, são tidos como formas rarefeitas de matéria, com outro padrão vibratório. ~ justamente dessa matéria que o perispírito é composto, tendo ele a propriedade de irradiá-la a certa distância. Para nós, são inconsistentes ou inexistentes; para os videntes, são feixes luminosos que escapam do corpo; para os espíritos, são tão compactos como a madeira é para nós e, por isso, é o material que usam em suas manipulações. Os fluidos mais próximos da matéria por sua constituição formam a atmosfera espiritual da Terra, que é, deste modo, pesada e sufocante, dizem os mentores; resulta esta das emanações da mente encarnada, sempre cheia de negras preocupações e intenções nem sempre dignas.

Impondo o pensamento por meio da vontade, os espíritos atuam sobre os fluidos. Orientam-nos, modificam-nos, dão-lhes formas, cores, mudam suas propriedades químicas, etc. Operando assim, produzem aparências, roupas, objetos, que podem exibir aos homens, muitas vezes assustando-os com produções fluídicas terrificantes dadas como alucinações; por outro lado, os espíritos superiores empregam produções do mesmo tipo para o efeito oposto. Eles criam objetos de que gostam ou desejam, mesmo inconscientemente. Um espírito, por exemplo, que se julga vivo na Terra, pode gerar um ambiente fluídico se o seu pensamento permaneceu fortemente concentrado na vida que tinha antes de morrer: ele continua "doente" em sua cama e cuidando dos seus objetos e serviços como se fossem realidades físicas e não imagens mentais materializadas por meio de fluidos. A instrutora Yvonne A. Pereira descreve um notável caso assim (Recordações da Mediunidade). Tais construções fluídicas interpenetram as construções materiais terrenas: coexistem, no mesmo local, uma bela casa de alvenaria e um mísero casebre mental, ambos igualmente sólidos para os respectivos habitantes. "A criação mental sólida" deriva, pois, da fixação no passado; o espírito, vê-se novamente, precisa renovar-se constantemente pelo estudo e prática do bem, necessita expandir-se na direção de seus semelhantes, senão cai na estagnação que acaba de ser relatada.

Fonte Evolução para o Terceiro Milênio - Edicel

Ideoplastias


Por Gabriel Delanne

O vocábulo “ideoplastia” foi criado pelo Dr. Durand de Gros, em 1860, para designar os principais caracteres da sugestibilidade.

Mais tarde, em 1864, o Dr. Ochorowicz o empregou para designar os efeitos da sugestão e da auto sugestão, quando ela faculta a realização fisiológica de uma idéia, como se dá nos casos da estigmatização.

Finalmente, o professor Richet o propôs, quando das duas experiências com as senhoritas Linda Gazera e Eva C. . . (1912, 1914), cujas experiências demonstraram, de feição nítida e incontestável, a realidade da materialização de semblantes humanos, que eram, por sua vez, reproduções objetivadas e plásticas de retratos e desenhos vistos pelos médiuns.

Claro é que, desses fatos, dever-se-ia logicamente inferir que a matéria viva exteriorizada é plasmada pela idéia.

E aí está a exata significação do termo “Ideoplastia” aplicado aos fenômenos de materialização mediúnica.

O Espiritismo não inventou nada. Todos os seus ensinos, repousam nos conhecimentos que adquiriu na comunicação com os Espíritos, e é para seus adeptos inigualável alegria ver como cada ponto da doutrina se confirma, à medida que se vai estendendo o inquérito, começado há meio século. Cada passo à frente, dado pela investigação independente, conduz fatalmente para nós. Outrora, era a negação total, obstinada, absoluta das manifestações espíritas, sob todas as suas formas, desde os simples movimentos de mesa e escrita automática até os transportes e as materializações. Em nossos dias, só os tardígrados, os ignorantes, é que contestam, ainda, a realidade dos fatos.

Em virtude da lei do progresso que dá a toda alma a possibilidade de adquirir o bem que lhe falta, como, despojar-se do que tem de mau, conforme o esforço e a vontade próprios, temos que o futuro é franco a todas as criaturas. Deus não repudia nenhum de seus filhos, antes recebe-os em Seu seio à medida que atingem a perfeição, deixando a cada qual o mérito das suas obras.

O Espiritismo, tendo por objetivo o estudo de um dos elementos constitutivos do Universo, toca forçosamente na maior parte das ciências; só podia, portanto, vir depois da elaboração delas; nasceu pela força mesma das coisas, pela impossibilidade de tudo se explicar com o auxílio apenas das leis da matéria.a

Com a reencarnação desaparecem os preconceitos das raças e de castas pois o mesmo espírito pode tornar a nascer rico ou pobre, capitalista ou proletário, chefe ou subordinado, livre ou escrava, homem ou mulher.

O amor, profundo como o mar, infinito como o céu, abraça todas as escrituras. Deus é o seu foco. Assim como o Sol se projeta, sem exclusões, sobre todas as coisas e reaquece a natureza inteira, assim também o amor divino vivifica todas as almas; seus raios, penetrando através das trevas do nosso egoísmo, vão iluminar com trêmulos clarões os recônditos de cada coração humano. Todos os seres se criaram para amar. As partículas da sua moral, os germes do bem que em si repousaram, fecundados pelo foco supremo se expandirão algum dia, florescerão até que todos sejam reunidos numa única comunhão do amor, numa só fraternidade universal.

Somente o progresso moral pode assegurar aos homens a felicidade na Terra, refreando as paixões más; somente esse progresso pode fazer que entre os homens reinam a concórdia, a paz, a fraternidade.Será ele que deitará por terra as barreiras que separam os povos, que fará caiam os preconceitos de casta e se calem os antagonistas de seitas, ensinando os homens a se considerarem irmãos que tem por dever auxiliarem-se mutuamente e não destinados a viver à custa uns dos outros.

Sei bem que o progresso só se faz por degraus, que é necessário tempo para que a opinião pública se acostume às novidades; assim, é sem impaciência que espero a vinda de novos médiuns, com os quais se poderão continuar esses notáveis descobrimentos. Desde que os fenômenos são reais e que se verificam já um tanto por toda a parte, é certo que se reproduzirão, e então triunfaremos porque a verdade acaba sempre por impor-se.

Ninguém nasce destinado ao mal, porque semelhante disposição derrogaria os fundamentos do Bem Eterno sobre os quais se levanta a Obra de Deus.

O espírito renascente no berço terrestre traz consigo a provação expiatória a que deve ser conduzido ou a tarefa redentora que ele próprio escolheu, de conformidade com os débitos contraídos.

A alma ou Espírito sofre na vida espiritual as conseqüências de todas as imperfeições que não conseguiu corrigir na vida corporal. O seu estado feliz ou desgraçado, é inerente ao seu grau de pureza ou impureza.

Não há uma única imperfeição da alma que não importe funestas e inevitáveis conseqüências, como não há uma só qualidade boa que não seja fonte de um gozo.

Toda falta cometida, todo mal realizado é uma dívida contraída que deverá ser paga; se o não for em uma existência, se-lo-á na seguinte ou seguintes, porque todas as existências são solidárias entre si. Aquele que se quita numa existência não terá necessidade de pagar segunda vez.

Os reflexos mentais, segundo a sua natureza, favorecem-nos a estagnação ou nos impulsionam a jornada para a frente, porque cada criatura humana vive no céu ou no inferno que edificou para si mesma, nas reentrâncias do coração e da consciência, independentemente do corpo físico, porque, observando a vida em sua essência de eternidade gloriosa, a morte vale apenas como transição entre dois tipos da mesma experiência, no “hoje imperecível”.

Quão raros na Terra se capacitam de que trazemos conosco os sinais de nossos pensamentos, de nossas atividades e de nossas obras, e o túmulo nada mais faz que o banho revelador das imagens que escondemos do mundo, sob as vestes da carne!. . .

O espiritismo fornece a chave das relações existentes entre a alma e o corpo, e prova que há reação incessante de um sobre ou outro; desta forma, abre para a ciência uma estrada nova; apontando a verdadeira causa de certas afecções, fornece-lhe os meios de combate-las. Quando levar em conta a ação do elemento espiritual na economia, a ciência errará menos.

Os espíritos exercem incessante ação sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico. Atuam sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das potências da natureza, causa eficiente de uma multidão de fenômenos até então inexplicados ou mal explicados e que não encontram explicação senão no Espiritismo.

A responsabilidade das faltas é toda pessoal, ninguém sofre por alheios erros, salvo se a eles deu origem, quer provocando-os pelo exemplo, quer não os impedindo quando poderia fazê-lo.

Não há quem não possa fazer o bem. Somente o egoísta nunca encontra ensejo de o praticar. Basta que se esteja em relações com outros homens para que se tenha ocasião de fazer o bem, e não há dia da existência que não ofereça, a quem não se ache cego pelo egoísmo, oportunidade de praticá-lo. Porque, fazer o bem não consiste, para o homem, apenas em ser caridoso, mas em ser útil, na medida do possível, todas as vezes que o seu concurso venha a ser necessário.

O túmulo é o ponto de reunião de todos os homens. Aí terminam inelutavelmente todas as distinções humanas. Em vão tenta o rico perpetuar a sua memória, mandando erigir faustosos monumentos. O tempo os destruirá, como lhe consumirá o corpo. Assim o quer a Natureza. Menos perecível do que o seu túmulo será a lembrança de suas ações boas e más. A pompa dos funerais não o limpará das suas torpezas, nem o fará subir um degrau que seja na hierarquia espiritual.

Uma vez que o perispírito organiza a matéria, e como esta ressuscita das formas desaparecidas, parece lógico concluir que ele conserva traços desse pretérito, porque a hereditariedade, como veremos, é impotente para fazer-nos compreender o que se passa; parece legítimo supor, portanto, que o próprio perispírito evolveu através de estádios inferiores, antes de chegar ao ponto mais elevado da evolução.

Se a reencarnação é uma verdade, bastante lógico é que as lembranças referentes a uma vida anterior se revelem, como já o disse muitas vezes, mais freqüentemente entre as crianças, visto que o perispírito, antes da puberdade, possui ainda um movimento vibratório que, em certas circunstâncias especiais, pode adquirir bastante intensidade, para fazer renascer recordações da existência anterior.

Melhor ainda: as crianças prodígio provam-nos, com evidência irresistível, que a inteligência é independente do organismo que a serve, e isto porque as mais altas formas da atividade intelectual se mostram entre aqueles cuja idade não atingiu a maturidade plena. É esta uma das melhores objeções que se podem opor à teoria materialista.

Porque o perispírito é indestrutível, conservamos, depois da morte, a integralidade de todas as nossas aquisições terrestres, e a memória acorda, então, completa, nos seres suficientemente evolvidos, por maneira que podemos abraçar o panorama de nossa passada existência.

Vê-se, indiscutivelmente, das pesquisas feitas a meio século, pelos sábios mais notáveis do mundo inteiro, que existe no homem um princípio transcendental, desconhecido dos quadros da fisiologia oficial, porque nos é revelado com faculdades que o tornam muitas vezes independente das condições de espaço e de tempo, que regem o mundo material.

Tudo evoluciona, tanto as nações como os indivíduos, assim os mundos como as nebulosas. Tudo parte do simples para chegar ao composto; da homogeneidade primitiva vai-se à prodigiosa complexidade da Natureza atual, realizada por leis que só pedem tempo para produzir todos os seus efeitos.

Fonte: Portal do Espírito, Anuário Espírita - 1965

sábado, 4 de maio de 2024

Kardec e Vida


Kardequização do sentimento: equilíbrio
Kardequização do raciocínio: visão
Kardequização da ciência: humanidade
Kardequização da filosofia: discernimento
Kardequização da fé: racionalidade
Kardequização da inteligência: orientação
Kardequização do estudo: esclarecimento
Kardequização do trabalho: organização
Kardequização do serviço: eficiência
Kardequização das relações: sinceridade
Kardequização do progresso: elevação
Kardequização da liberdade: disciplina
Kardequização do lar: harmonia
Kardequização do debate: proveito
Kardequização do sexo: responsabilidade
Kardequização da personalidade: autocrítica
Kardequização da corrigenda: compreensão
Kardequização da existência: caridade

Kardequizemos para evoluir com acerto à frente do Cristo de Deus. A Terra é nossa escola milenária e, em suas classes múltiplas, somos companheiros uns dos outros.
Kardequizarmo-nos na carteira de obrigações a que estamos transitoriamente jungidos é a fórmula ideal de ascensão.
Estudemos e trabalhemos sempre.

Pelo espírito de Bezerra de Menezes, Médium: Francisco Cândido Xavier

Videntes, profetas e médiuns

Moisés com as tábuas da lei

Por Lino Teles 

Há na Bíblia muitos episódios de alto interesse para o estudo do Espiritismo e que nos passam desesperados. 

Vamos lembrar, aqui, um tópico que nos revela muitas coisas sobre a Mediunidade e o mau uso que fez dela, como ainda faz, (ou pelo menos tentar fazer) as pessoas ignorantes de hoje.

Trata-se do 9o.capítulo do Primeiro Livro de Samuel, livro que, entre os católicos, se denomina (erradamente) Primeiro Livro de Reis. 

Havia um fazendeiro chamado Kish, que tinha um filho jovem, belo, de alta estatura, de nome Saul. As pastagens do fazendeiro sumiram umas jumentas e o pai determinou ao filho que tomasse um servo para acompanhá-lo e fosse necessário procurar, pelas ambientes, as jumentas sumidas. Em vão procurar por toda a parte, sem obterem notícias. Já desanimados de tanto vagar inutilmente pelas serras, pensaram em regressar à fazenda, para não causarem preocupações ao fazendeiro pela sua longa ausência; mas, o servo de Saul sabia que, perto de Dali, na cidade de Suph, havia um famoso vidente chamado Samuel, que talvez lhes pudesse dar informações sobre o paradeiro dos animais. Foi uma tentativa de emprego para materiais específicos, como certas pessoas ainda tentam fazer hoje. Combinaram ir com Samuel, mas não tinham nada para levar ao vidente. Era costume gratificar com alguma coisa, os médiuns como ainda tentar fazer hoje, embora isto seja severamente proibido. Mas, o criado tinha uma moeda de prata e se prontificou a doá-la a Samuel.

Combinaram ir ter com Samuel, mas não tinham nada para levar ao vidente. Era costume gratificar com alguma coisa, os médiuns como ainda tentam fazer hoje, embora isto seja severamente proibido. Mas, o criado tinha uma moeda de prata e se prontificou a doá-la a Samuel.

No versículo 9o. vem esta definição muito interessante: ...aquele que hoje se chama profeta se chamava antes vidente.

Foram visitar Samuel, que os recebeu muito bem, deu-lhes hospedagem em sua casa, tranqüilizou-os quanto ao reaparecimento das jumentas, que àquelas horas já tinham sido reencontradas na fazenda e lhes revelou que Saul seria o primeiro rei de Israel. No dia anterior Samuel havia recebido do Alto a comunicação sobre a vinda de Saul e a missão que lhe estava destinada, de ser o primeiro rei de Israel, que, por esse tempo ainda não era reino.

O reinado de Saul está todo repleto de fatos espíritas: ele se desviou de sua missão, caiu em poder de um espírito obsessor, fez a celebre visita a médium de Endor, que se acha relatada no mesmo livro, capítulo 28, vers.8 a 19.Mas tudo isso já é outra história. Por agora só nos interessa lembrar que:
  1. A mediunidade era muito conhecida entre os antigos judeus.
  2. Chamavam os médiuns de videntes.
  3. Consultavam os médiuns sobre os mais diferentes assuntos.
  4. Davam presentes aos médiuns.
  5. Recebiam dos médiuns instruções religiosas e informações materiais.
  6. Tentavam rebaixar a mediunidade à categoria de agências de informações sobre seus interesses imediatos.
  7. Os médiuns superiores tratavam de assuntos elevados e da alta administração do estado.
  8. O mundo espiritual deferia missões especiais e, nem sempre, o missionário cumpria, fielmente, sua tarefa.
  9. Os desvios da missão ocasionavam a perda do missionário, que era substituído por outro (Saul foi substituído por David).
  10. O povo acreditava nas mensagens dos videntes, para o bem e para o mal. 
Pouco progredimos em 3.500 anos porque, ainda hoje, muita gente procede como os antigos judeus do tempo de Samuel, ou seja, deturpando o verdadeiro objetivo da mediunidade.

Fonte: Portal do Espírito, Publicado em O Reformador.

sexta-feira, 3 de maio de 2024

Compaixão

I
Compadece-te da terra.
Ela produz o pão que te sustenta.
Não lhe poluas a grandeza,
Nem a deixes maltratada.

II
Compadece-te da mata.
Não lhe ateies fogo inútil.
Ela é a fábrica generosa
Do oxigênio que respiras.

III
Compadece-te da árvore
Ela te alimenta com seus frutos
Dos quais não se serve
E nunca se aproveita.

IV
Compadece-te da fonte
Não lhe atires pedra ou lama.
Ela te extingue a sede
Sem nada pedir em troca.

V
Compadece-te da erva.
Não lhe pises a vida.
Provavelmente amanhã
Dela virá o remédio que te cure.

VI
Compadece-te dos animais
Eles te auxiliam a viver.
A abelha faz o mel.
A vaca oferta o leite.

VII
Compadece-te da lavoura
Que te enriquece de grãos.
Ela se arregimenta
A fim de servir-te.

VIII
Compadece-te da estrada.
Não lhe cries obstáculos Como sejam pedras ou espinhos. Ela é companheira do trânsito que precisas.

IX
Compadece-te da própria família,
Ainda mesmo que encontres junto aos entes amados Aqueles que não se afinam contigo.
A família é o grupo em que nascestes para auxiliar a ser auxiliado.

X
Compadece-te de tua habitação
Não a estragues. Seja de mármore ou de taipa
É o recanto que Deus te concedeu para morar.

XI
Compadece-te da lâmpada
Na estrutura de bojo para a luz elétrica,
Na condição de tocha, lamparina, lampião ou vela É recurso que te livra da escuridão.

XII
Compadece-te de teu corpo.
Não faças dele instrumento para qualquer abuso. Ele é o engenho aperfeiçoado que te serve Ao próprio Espírito para que te aprimores.

XIII
Compadece-te do jardim.
Não lhe tolhas as flores sem necessidade.
Elas te embelezam a casa E te perfumam o ambiente.

XIV
Compadece-te do teu vizinho
Talvez não te seja amigo íntimo,
No entanto, conforme a necessidade
Agirá junto de ti, qual se te fosse um parente próximo.

XV
Compadece-te de teu pai.
Se souberes amá-lo. Ser-te-á na Terra o melhor amigo. Ama-o sempre. Ele te deu o corpo.

XVI
Compadece-te de tua mãe.
Ainda que ela não possa ser como desejarias,
Ei-la na condição de valente heroína
Pelas dificuldades e obstáculos que venceu para trazer-te à luz!

XVII
Compadece-te de teu filho.
Hoje ele é teu enlevo e tua esperança,
Amanhã será o fruto de teus ensinos
E o retrato de teus exemplos.

XVIII
Compadece-te de tua filha.
Por traumas de passadas existências
É possível que ela te dê problema e preocupação. Abençoa-lhe a presença.
Ela vem de Deus.

XIX
Compadece-te dos jovens.
Muitos deles, por inexperiência ou ingenuidade, poderão entrar Em perigosos enganos, reclamando-te paciência e tolerância. De qualquer modo, recorda que a vida cuidará deles.

XX
Compadece-te de teus irmãos.
Perante a Divina Providência, todos somos irmãos. Entretanto, temos aqueles da consangüinidade. Justo sabermos viver em paz uns com os outros. Se alguns deles, porém, fugirem à lealdade fraternal,
desculpa-lhes a fraqueza e entrega-os a Deus.

XXI
Compadece-te da criança.
Seja ela dessa ou daquela procedência,
Dá-lhe bondade, instrução e conforto.
No futuro, ele será o que lhe deres.

XXII
Compadece-te do amigo. Guarda profunda estima por aqueles que te conquistou a amizade. Em certo momento ele falhou para contigo; Perdoa e esquece. Estamos muito longe da perfeição.

XXIII
Compadece-te do doente. Provavelmente estará ele impaciente e nervoso. Auxilia-o com entendimento e compreensão. Não sabes se amanhã serás o enfermo com necessidades semelhantes.

XXIV
Compadece-te do estrangeiro.Ele estará chegando de terras remotas, Não sabe falar em teu idioma, nem te conhece os costumes. Lembra-te, porém, que, diante de Deus, todos somos irmãos.

XXV
Compadece-te dos idosos.
Auxilia aos idosos, sejam teus parentes ou não.
Eles fizeram longa jornada no tempo A fim de fazerem as experiências Das quais te aproveitas.

XXVI
Compadece-te do chefe
Quem te mantém o trabalho para que não falte o pão de cada dia. Espera a tua lealdade e o teu respeito. Ainda mesmo quando errado merece a tua estima e consideração.

XXVII
Compadece-te do empregado. Não lhe sobrecarregues com cargas e encargos superiores às suas forças. Trata-o com atenção e dá-lhe instruções com bondade. Ele te pede trabalho sem escravidão.

XXVIII
Compadece-te dos errados.
Guarda a certeza de que Deus te permite errar
A fim de que reconheças a tua fraqueza e imperfeição. Nem todos os errados possuem consciência do que fazem. Lembra-te dos momentos em que te desequilibras sem querer.

XXIX
Compadece-te dos bons. Auxilia-os para que prossigam fiéis a eles mesmos. Na comunidade humana não existem criaturas infalíveis. Somente Jesus Cristo e alguns raros heróis da fé viveram sem cair.

XXX
Compadece-te dos maus. Na Terra não existem os totalmente bons, nem os totalmente maus. Os maus são vítimas de delírios, cuja origem eles próprios desconhecem. Ante as faltas de qualquer delinqüente, seja ele quem for, compadece-te.

(Mensagens extraídas do livro Compaixão, pelo espírito Emmanuel)

quinta-feira, 2 de maio de 2024

Os Exus


Exus são espíritos que já encarnaram na terra. Na sua maioria, tiveram vida difícil como mulheres da vida; boêmios; dançarinas de cabaré, etc. Estes espíritos optaram por prosseguir sua evolução espiritual através da prática da caridade, incorporando nos terreiros de Umbanda.

São muito amigos, quando tratados com respeito e carinho, são desconfiados mas gostam de ser presenteados e sempre 
lembrados. Estes espíritos, assim como os Preto-velhos, crianças e caboclos, são servidores dos Orixás.

Apesar das imagens de Exus, fazerem referência ao "Diabo" medieval (herança do Sincretismo religioso), eles não devem ser 
associados a prática do "Mal", pois como são servidores dos Orixás, todos tem funções específicas e seguem as ordens de seus "patrões". 

Dentre várias, duas das principais funções dos Exus são: a abertura dos caminhos e a proteção de terreiros e médiuns contra espíritos perturbadores durante a gira ou obrigações. Desta forma estes espíritos não trabalham somente durante a "gira de Exus" dando consultas, onde resolvem problemas de emprego, pessoal, demanda e etc. de seus consulentes. Mas também durante as outras giras (Caboclos, Preto-velhos, Crianças e Orixás), protegendo o terreiro e os médiuns, para que a caridade possa ser praticada. 
 
Exú é mau?

Muitos acreditam que nossos amigos Exus são demônios, maus, ruins, perversos, que 
bebem sangue e se regozijam com as desgraças que podem provocar. Mas por que este Orixá, irmão de Ogum, animado, gozador, alegre, extrovertido, sincero e, sobretudo amigo é comparado com demônios das profundezas macabras dos Infernos?

Bem, para conhecer esta história vamos viajar para 6.000 anos atrás, até a antiga Mesopotâmia. A Demonologia Mesopotâmica influenciou diversos povos: Hebreus, Gregos, Romanos, Cristãos e outros. Sobrevive até hoje nos rituais Satânicos que muitos já devem ter escutado e visto notícias na televisão e lido nos jornais, principalmente na Europa e EUA. Na Mesopotâmia os males da vida que não constituíssem catástrofes naturais eram 
atribuídos aos demônios (No mundo atual as pessoas continuam a fazer isso).

Os Bruxos, para combater as forças do mal tinham que conhecer o nome dos demônios e perfaziam enormes listas, quase intermináveis. O demônio mau era conhecido genericamente como UTUKKU. O grupo de 7 (sete) demônios maus é com freqüência encontrado em encantamentos antigos. Se dividiam em machos e fêmeas. Tinham a forma de meio humano e meio animal: Cabeça e tronco de homem ou mulher, cintura e pernas de cabra e garras nas mãos.

Com sede de sangue, de preferência humano, mas aceitavam de outros animais. Os demônios freqüentavam os túmulos, caminhos (encruzilhadas), lugares ermos, desertos, especialmente à noite.

Nem todos eram maus, havia os demônios bons que eram evocados para combater os maus. Demônios benignos são representados como gênios guardiões, em número de 7 (sete), que guardam as porteiras, portas dos templos, cemitérios, encruzilhadas, casas e palácios.

Os negros africanos em suas danças nas senzalas, nas quais os brancos achavam que eram a forma deles saudarem os santos, incorporavam alguns Exus, com seu brado e jeito maroto e extrovertido assustavam os brancos que se afastavam ou agrediam os médiuns dizendo que eles estavam possuídos por demônios. Com o passar do tempo, os brancos tomaram conhecimento dos sacrifícios que os negros ofereciam a Exu, o que reafirmou sua hipótese de que essa forma de incorporação era devido a demônios.

As cores de Exu, também reafirmaram os medos e fascinação que rondavam as pessoas mais sensíveis.



Mas então quem é exu?

Ele é o guardião dos caminhos, soldado dos Pretos-velhos e Caboclos, emissário entre os homens e os Orixás, lutador contra o mau, sempre de frente, sem medo, sem mandar recado. Exu, termo originário do idioma Yorubá, da Nigéria, na África, divindade afro e que representa o vigor, a energia que gira em espiral. No Brasil, os Senhores conhecidos como Exus, por atuarem no mistério cuja 
energia prevalente é Exu, e tanto assim, em todo o resto do mundo são os 
verdadeiros Guardiões das pilastras da criação. Preservando e atuando dentro do mistério Exu. 
Verdadeiros cobradores do carma e responsáveis pelos espíritos humanos caídos representam e são o braço armado e a espada divina do Criador nas Trevas, combatendo o mal e responsáveis pela estabilidade 
astral na escuridão. Senhores do plano negativo atuam dentro de seus mistérios regendo seus domínios e os caminhos por onde percorre a 
humanidade. Em seus trabalhos Exu corta demandas, desfaz trabalhos e feitiços 
e magia negra, feitos por espíritos malignos. Ajudam nos descarregos e desobsessões retirando os espíritos obsessores e os trevosos, e os encaminhando para luz ou para que possam cumprir suas penas em outros lugares do astral inferior. Seu dia é a Segunda-feira, seu patrono é Santo Antônio, em cuja data comemorativa tem também sua comemoração. Sua bebida ritual é a cachaça, mas não é permitido o uso de cachaça para ser ingerida dentro do terreiro durante as sessões, para este fim, cada um tem a sua preferência. Sua roupa, quando lhe é permitido usá-la tem as cores preta e vermelha, podendo também ser preta e branca, ou conter outras cores, dependendo da irradiação a qual correspondem. Completa a vestimenta o uso de cartolas (ou chapéus diversos), capas, véus, e até mesmo bengalas e punhais em alguns casos. A roupagem fluídica dos Exus varia de acordo com o seu grau evolutivo, função, missão e 
localização. Normalmente, em campos de batalhas, eles usam o uniforme adequado. Seu aspecto tem sempre a função de amedrontar e intimidar. Suas emanações vibratórias são pesadas, perturbadoras. Suas irradiações magnéticas causam sensações mórbidas e de pavor.

Fonte: Sociedade Espiritualista Mata Virgem
Curso de Umbanda