II - Os perigos atribuídos ao espiritismo são mais aparentes do que reais.
A perturbação ou desequilíbrio nervoso causado pelo receio de ver fantasmas desaparece com a freqüência às sessões, onde o trato com os desencarnados habitua as manifestações de sobrevivência da alma, repondo-as na ordem das coisas naturais. Mas as sessões nem sempre despertam aquele receio, e conforme a natureza da reunião, algumas, empolgando pela beleza ou surpreendendo pelo exotismo das cerimônias, não inspiram mesmo a quem as assiste pela primeira vez, idéia de morte, ou cemitério, pensamento em duende ou defunto.
Em relação à loucura, não conheço um só caso determinado pela frequência de centros espíritas. Conheço, é exato e numeroso, os de loucos que, tendo sido levados as sessões, não ficaram curados e foram internados nos hospícios com sendo vitimas do espiritismo.
Desprezaram-se, para isso, todos os antecedentes para dar realce, com ânimo combativo, ao efêmero contato desses doentes com os médiuns.
Não se deve confundir a loucura com a obsessão. A loucura é consequência de uma lesão, ou a resultante do desequilíbrio de funções orgânicas. A obsessão é, através de diversas fases, a ação de uma entidade espiritual sobre um individuo encarnado, visando prejudicá-lo.
Essa influência começa por uma simples aproximação, que se torna lesiva pela qualidade dos fluidos lançados pelo agente sobre o paciente; passa, depois, a atuação, e a inteligência deste se ressente das sugestões daquele; atinge, com freqüência, a posse, em que o obsedado se submete a um domínio estranho, e não raro a sua personalidade se afunda e desaparece, substituído, em seu corpo, sem ruptura dos elos essenciais a existência material, o seu espírito por outro espírito.
A obsessão que se confunde com a loucura não é determinada pelo espiritismo, e só o espiritismo pode curá-la. É fora dos recintos espíritas, no ambiente livre à ação de todas as entidades, que as pessoas possuidoras de predicados mediúnicos, e também as que não os possuem, são dominadas pelos obsessores que as levam para os hospícios, se não as socorre a caridade dos espiritistas.
Certas pessoas fazem leituras espíritas no isolamento, e, sofrendo abalos que lhes despertam forças psíquicas, adormecidas, sentem angustias, anseios, perturbações aflitivas. Para esse estado há recursos
de eficácia quase imediata.
Em algumas sessões, quando se intensifica o trabalho de natureza fluídica, os indivíduos que se iniciaram nelas experimentam, segundo a sua constituição, uma sensação esquisita de mal-estar, porém, os trabalhadores do espaço, e mesmo os da Terra, facilmente os acalmam,
harmonizando-lhes os fluidos com os do ambiente.
Alarmam-se as famílias, observando a agitação dos doentes espirituais nos dias em que devem comparecer as sessões, mesmo quando ignoram que vão assisti-las. Isso representa e exprime a reação das entidades que o molestam, empenhando-se em impedir-lhes o acesso a um lugar onde elas serão reprimidas e afastadas.
Também depois do tratamento, já liberto dos obsessores, o reintegrado em si mesmo, cai em mole prostração e necessita, muitas vezes,
revigorar-se com tônicos, porque o seu organismo se ressente da ausência de fluidos alheios do mesmo modo que se perturba, com a
supressão do álcool, o organismo de um ébrio.
Perigos reais no espiritismo só os há para os médiuns que desviam a vida social e cometem erros conscientes. Esses, perdendo a assistência
dos espíritos protetores, ficam sendo espelhos em que se refletem todos os transeuntes.
Extraído do livro O Espiritismo, a magia e as sete linhas de Umbanda, Cap 2 - Leal Souza
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