O ativo labor dos centros espíritas, sendo vário, é consagrado, uniformemente, aos menos em intenção, ao bem estar e a felicidade do próximo.
Fazem-se, em certas sociedades, e, sobretudo em algumas entroncadas no velho Oriente, concentrações telepáticas coletivas, sempre com objetivos elevados, tendo em vista efeitos determinados.
Denominam-nas, às vezes, mentalizações, outras, volições; não raro, volatilizações, e na maioria dos grêmios, concentrações. Consistem elas em transmitir a dada pessoa, com o fim de influir beneficamente em sua conduta, uma onda forte de pensamento, muitas vezes carregada de magnetismo, que a envolva, sugerindo-lhe primeiro, e conduzindo-a depois, às realizações dos atos julgados necessários à sua felicidade, ou a de outrem.
Assim, num agrupamento reputado entre os adeptos do espiritismo, consagra-se uma sessão semanal diurna à “harmonia dos lares”, procurando, durante duas horas, por meio dessas correntes telepáticas, reajustar os elos de união dos casais em desentendimento.
Talvez haja quem não acredite na eficácia desse generoso esforço, mas a minha impressão, baseando-se em pacientes observações, é que são muitíssimos os casos em que os transmissores obtêm êxito completo, e numerosos aqueles em que conseguem atenuar dissídios e desavenças domésticas.
Com as mesmas designações, e mediante o mesmo processo, procurase reabastecer de fluidos, à distância, um indivíduo de forças psíquicas depauperadas.
Neste caso, as mentalizações são comparáveis a transfusão do sangue com que um indivíduo sadio concorre fraternalmente para a restauração de um enfermo, e quem as faz também se despoja, em benefício do próximo, de energias necessárias ao equilíbrio de seu organismo.
Os praticantes das mentalizações, porém, fazendo-as coletivamente, não se exaurem, e com facilidade, ajudados, às vezes, pelos seus guias, mediante o simples repouso das horas noturnas, readquirem os fluidos com que acudiram o irmão abatido e prostrado. Aliás, em todos os centros, ocorre diariamente esse fenômeno da transfusão de energias psíquicas aos débeis e doentes, pois na maioria dos casos, os passes são, sem que o saiba com clareza quem os dá, uma satisfação da pobreza enfermiça de uns, com a abundância saudável de outros.
E não só nos centros, é principalmente nos lares que se opera, nos transportes do carinho materno, esse milagre de transfusão. Junto ao leito dos filhos atingidos pelas moléstias, as mães, no desesperado receio de perdê-los, desprendem de seu organismo poderosas ondas de fluidos magnéticos, que os envolvem e completam a ação dos remédios.
Extraído do livro O Espiritismo, a magia e as sete linhas de Umbanda, Cap 2 - Leal Souza
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