quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

De toda a parte

Por Casimiro Cunha 

Lisonja é moeda falsa
Cunhada pela ilusão
Que a nossa própria vaidade
Coloca em circulação.

Virtude eleita e sublime
Que em solidão se consome
É diamante belo e frio
Que não nos sacia a fome.

A fama é tuba comprida
De curto discernimento
Que toca mais à fortuna
Que ao justo merecimento.

Evita a bajulação
Que te aparece na estrada.
A língua do adulador
É qual lâmina de espada.

O sábio corrige em si,
Na luta em que se rodeia,
Aquilo que o desagrada
No campo da vida alheia.

Ajuda com diligência,
Sem condições e sem ágio.
O auxílio tardo é socorro
Que vem depois do naufrágio.

A coragem da justiça
Tem gritos de tempestade,
Mas perdão e paciência
São as forças da humildade.

Uma palavra que emende,
Uma palavra que corte…
Uma pode dar a vida,
Outra pode dar a morte.

Dinheiro, poder, conforto,
Nadando em vida insegura,
São tormentos da riqueza
Sobre o trono da fartura.

Se desejas luz e paz
Na aflição que te aniquila,
Procura contigo mesmo
A consciência tranquila.

XAVIER. Francisco Cândido. Gotas de Luz. Pelo Espírito Casimiro Cunha. FEB. 1953.

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